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Saída pacífica para "guerra do aço" parece distante

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma saída pacífica para a "guerra do aço" parece uma realidade cada vez mais distante. Nos últimos dias, os países prejudicados pelas barreiras iniciaram o questionamento legal das medidas protecionistas dos Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio (OMC), afastando a possibilidade de uma solução negociada com a Casa Branca. No início do mês, a administração de George W. Bush estabeleceu uma sobretaxa de 30% às importações de aço, o que gerou uma reação imediata dos exportadores de produtos siderúrgicos. Pelas regras da OMC, os países afetados poderiam pedir compensações pelos prejuízos que terão com a nova política protecionista dos Estados Unidos. De fato, essa foi a estratégia escolhida inicialmente pelo Japão, Coréia, China e pela União Européia (UE). Tóquio, por exemplo, chegou a propor que os Estados Unidos facilitassem a entrada de seus produtos eletrônicos, entre eles câmeras de vídeo. Mas a decisão de passar para o ataque ocorreu depois do fracasso das reuniões desses países com os Estados Unidos. A Casa Branca descartou a possibilidade de dar compensações em outras áreas, na forma de redução de tarifas. A saída para os exportadores de aço, portanto, está sendo recorrer aos mecanismos de solução de controvérsias da entidade internacional, alegando que a política norte-americana é inconsistente com as regras da OMC. A primeira a optar pelo procedimento legal foi a UE, seguida por Japão e Coréia. Outros países, como Venezuela e Noruega, pediram autorização para participar como terceiras partes na disputa. Hoje, foi a vez da China recorrer aos árbitros internacionais. Trata-se da primeira vez que Pequim decide recorrer aos mecanismos internacionais para solucionar uma disputa comercial. A última esperança da Casa Branca para evitar que sua política seja alvo de uma avaliação da OMC será as consultas que fará com os demais países, já em abril. A fase da consulta é a primeira etapa do processo legal na OMC e dá a oportunidade para que as partes busquem uma solução sem o envolvimento de árbitros internacionais. Porém, nos corredores da OMC, em Genebra, os comentários apontam que uma solução negociada para a disputa será inviável diante da falta de flexibilidade dos Estados Unidos. Enquanto alguns dos principais exportadores de aço se movimentam para atacar a Casa Branca, o Brasil, juntamente com Nova Zelândia e Austrália, continua apostando que conseguirá barganhar um acordo com os EUA sem que o caso seja levado aos órgãos internacionais. O Itamaraty realizou reuniões com diplomatas norte-americanos em Genebra e apresentou uma proposta para que Washington amplie a cota destinada às exportações de aço do País. Os norte-americanos anotaram o pedido brasileiro, mas nem sequer indicaram quando a demanda poderia ser atendida.

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