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Saldo comercial cai 35% no mês

Até o dia 18, superávit da balança é de US$ 673 milhões; no ano, recuo já é de 9,4%

Por Renata Veríssimo
Atualização:

O superávit da balança comercial registra até 18 de agosto uma queda de 35,4% em relação a agosto de 2006. No ano, o saldo já é 9,4% menor do que no mesmo período do ano passado. Os dados divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior mostram que o superávit na terceira semana do mês foi de US$ 673 milhões, resultado de exportações de US$ 3,25 bilhões e importações de US$ 2,58 bilhões. Com isso, o saldo acumulado no mês passou para US$ 1,66 bilhão, com exportações de US$ 8,38 bilhões e importações de US$ 6,72 bilhões. No ano, as exportações totalizam US$ 95,72 bilhões, e as importações, US$ 70,07 bilhões, com saldo positivo de US$ 25,64 bilhões. O vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, calcula que a balança deve encerrar o ano com um superávit abaixo de US$ 40 bilhões, ante US$ 47 bilhões em 2006. Para agosto, Castro estima que tanto exportações quanto importações baterão novos recordes. Ele acredita que as importações devem pela primeira vez superar US$ 11 bilhões em um mês e atingir média diária mensal acima de US$ 500 milhões. Para as vendas externas, ele projeta um valor de US$ 14,8 bilhões, também acima do recorde de julho, de US$ 14,120 bilhões. Os dados do Ministério do Desenvolvimento apontam alta em agosto nas exportações das três categorias de produtos. A média diária das vendas externas foi de US$ 594,4 milhões, 8,5% acima da média registrada em agosto de 2006. PRODUTOS BÁSICOS Os embarques de produtos básicos aumentaram 15,2%, principalmente algodão em bruto, milho em grão, soja em grão, carne de frango e minério de ferro. As exportações de manufaturados tiveram alta de 6,2%, por causa das vendas de tratores, bombas e compressores, aviões e açúcar refinado. Os semimanufaturados cresceram 3,5%, puxados por cátodos de cobre, ferro-ligas, óleo de soja em bruto e madeira serrada. As exportações de minério tiveram uma queda de 20,2% na comparação com julho, embora tenham aumentado 14,9% em relação a agosto de 2006. As vendas de soja também tiveram uma retração de 1,8% ante julho, mas mantêm alta de 22,4% na comparação com agosto do ano passado. Essas quedas, segundo José Augusto de Castro, não têm relação com a recente crise financeira que provocou queda nas cotações das commodities. Ele avalia que os eventuais efeitos da crise só começarão a ser sentidos na balança comercial no fim do ano, já que os contratos são fechados com no mínimo três meses de antecedência em relação à data do embarque. ''''Se a crise tiver reflexo, será em 2008'''', disse. Segundo ele, problemas de logística podem ter provocado a queda nas exportações de minério de ferro e de soja neste momento. Nas importações, a média diária até a terceira semana de agosto de 2007 foi de US$ 517,2 milhões, 30,5% a mais que a média de agosto de 2006. Aumentaram os gastos, principalmente com cereais e produtos de moagem, produtos siderúrgicos, químicos orgânicos e inorgânicos, automóveis e partes.

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