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Saldo em conta corrente do País recua em maio

A queda no resultado do mês passado foi motivada, principalmente, por um aumento nas remessas de lucros e dividendos

Por Agencia Estado
Atualização:

O Brasil teve em maio um saldo positivo em conta corrente de US$ 475 milhões, valor abaixo dos US$ 597 milhões verificados em igual mês de 2005. A conta corrente do País é formada pelo saldo da balança comercial (exportações - importações), a balança de serviços (fretes pagos e recebidos de navios estrangeiros, juros de empréstimos estrangeiros, lucros remetidos e recebidos do exterior, etc.) e as transferências unilaterais (donativos). A queda no resultado do mês passado foi motivada, principalmente, por um aumento nas remessas de lucros e dividendos. O saldo da balança de serviços ficou negativo em US$ 2,954 bilhões. Dentro deste resultado, as remessas de lucros e dividendos somaram US$ 2,003 bilhões ante US$ 1,405 bilhão em igual mês de 2005. De janeiro a maio, as remessas totalizaram US$ 7,220 bilhões ante US$ 5,070 bilhões no mesmo período de 2005. O chefe do departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, explicou que o elevado volume de remessas de lucros e dividendos reflete o câmbio apreciado e o lucro maior das empresas. Segundo ele, a tendência em junho é que essa conta se acomode um pouco devido a depreciação cambial em função da volatilidade dos mercados. A depreciação do dólar frente ao real no período também influenciou o saldo da balança comercial no mês passado, reduzindo o saldo da conta corrente do País. O resultado da balança foi de US$ 3,027 bilhões (ante saldo positivo de US$ 3,450 bilhões em maio de 2005). Já as despesas líquidas com juros no mês passado somaram US$ 162 milhões ante US$ 926 milhões em maio do ano passado. No acumulado do ano, as despesas com juros somam US$ 4,6 bilhões ante US$ 5,5 bilhões de janeiro a maio de 2005. As transferências unilaterais somaram US$ 402 milhões em maio. No acumulado dos últimos 12 meses encerrados em maio, o superávit em conta corrente ficou em US$ 12,725 bilhões. Investimentos estrangeiros Os investimentos estrangeiros diretos (IED) ficaram em US$ 1,576 bilhão em maio, mais que o dobro dos US$ 709 milhões de maio de 2005. De janeiro a maio de 2006, o IED acumula saldo positivo de US$ 6,324 bilhões, ante US$ 7,189 bilhões de igual período de 2005. No acumulado dos últimos 12 meses terminados em maio, o IED soma US$ 14,2 bilhões. Projeções Para junho, a perspectiva é de um superávit em conta corrente de US$ 1,7 bilhão. Este resultado, de acordo com Altamir Lopes, será maior do que o verificado em maio. O aumento deverá provocado pela queda das remessas de lucros e dividendos e também por uma despesa menor com pagamento de juros da dívida externa. O Banco Central reduziu a projeção de superávit em conta corrente em 2006 de US$ 8,5 bilhões (0,94% do PIB) para US$ 8,1 bilhões (0,89% do PIB). A projeção de remessas de lucros e dividendos no ano foi elevada de US$ 13 bilhões para US$ 14,2 bilhões. O BC manteve a projeção para balança comercial em US$ 39 bilhões e elevou de US$ 34,0 bilhões para US$ 34,8 bilhões a projeção para o déficit na conta de serviços e rendas. Nessa conta, o BC reduziu de US$ 12,4 bilhões para US$ 12,2 bilhões a projeção para despesas com juros. O BC também reduziu a projeção para amortizações de médio e longo prazo neste ano de US$ 35,1 bilhões para US$ 33,2 bilhões. A projeção para investimento estrangeiro direto foi mantida em US$ 18 bilhões. A projeção de reservas em 2006 foi elevada de US$ 61,092 bilhões para US$ 66,352 bilhões.

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