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Salvaguarda à indústria têxtil preocupa varejo

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Por Redação
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Os varejistas estão preocupados com o pedido da indústria têxtil de aplicar uma salvaguarda contra as importações de vestuário, conforme divulgado ontem pelo Estado. "Repudiamos esse processo", disse, em nota, a Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abvtex), que reúne os 14 maiores varejistas do País como C&A, Riachuelo, Renner e Marisa.A entidade argumenta que o varejo "não encontra outra alternativa à importação", porque "a indústria nacional não tem escala e qualidade para atender à demanda da nova classe média". O setor afirma que investiu para atender ao aumento de consumo da população, mas "a indústria não se modernizou". A Abvtex também questiona tecnicamente o processo de salvaguarda protocolado na quinta-feira pelo setor têxtil ao ministério do Desenvolvimento. Nos documentos entregues, 35 empresas abriram seus números para demonstrar que estão sofrendo prejuízo com as importações. "O universo de 35 empresas é insignificante para total de 30 mil fabricantes instalados no País", dizem os varejistas.Segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), que entrou com o pedido de salvaguarda, esse é o maior escopo de empresas já analisado em uma investigação do Departamento de Defesa Comercial (Decom) e é "impossível" trabalhar com mais. Afirma, porém, que recebeu o apoio de 23 mil associados.Os varejistas argumenta ainda que, em valores, a produção do setor de vestuário cresceu de US$ 37,6 milhões em 2007 para US$ 56,7 milhões em 2010. "As importações não inibiram o crescimento industrial das confecções. Não é possível comprovar dano", diz a Abvtex.Para a entidade, a "trégua" que as confecções estão solicitando ao governo já ocorreu, porque vigoraram cotas para a importação de vestuário da China entre 2006 e 2008, graças a um acerto informal entre os governos brasileiro e chinês. Além disso, a desvalorização do câmbio também inibe as importações.A Abit rebate que as cotas anteriores abrangiam oito categorias de produtos, sendo apenas três de vestuário. No pedido de salvaguarda, foram incluídos 60 produtos, que representam 82% das importações de roupas./R. L.

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