A coreana Samsung Electronics, líder mundial em smartphones, confirmou ontem as expectativas para sua primeira queda no lucro anual desde 2011. O resultado veio ruim mesmo com uma retomada no quarto trimestre ter sinalizado que os ganhos podem ter se estabilizado no curto prazo.
A gigante de tecnologia perdeu participação de mercado por três trimestres consecutivos até o período de julho a setembro. Analistas dizem que a tendência provavelmente deve ter continuado de outubro a dezembro graças à concorrência dos novos iPhones, da Apple, e de rivais chinesas de custo mais baixo, como a Xiaomi.
Ainda assim, as expectativas de uma demanda saudável por chips de memória e melhorias no negócio móvel, na esteira de novos smartphones nas faixas média e baixa de preço, estão alimentando esperanças de que a Samsung tenha finalmente estancado o sangramento no lucro trimestral.
Reviravolta.
"Eu acho que a empresa vai mostrar uma reviravolta", disse o analista Lee Do-hoon, da CIMB, apontando para a perspectiva positiva para os negócios de fundição e de displays neste ano.
A Samsung afirmou que seu lucro operacional do quarto trimestre deve provavelmente ser de 5,2 trilhões de wons (US$ 4,74 bilhões), superando a previsão média de 5 trilhões de wons da Thomson Reuters, em um levantamento que ouviu 44 analistas.
A perspectiva significa que o lucro da companhia em 2014 provavelmente será de 25 trilhões de wons, o mais fraco em três anos. Ainda assim, o resultado do último trimestre deve marcar uma recuperação ante o lucro de 4,1 trilhões de wons do terceiro trimestre, que foi o desempenho trimestral mais fraco da empresa em mais de três anos. A Samsung deve divulgar seus resultados anuais em torno do final de janeiro.
"Havia preocupação com relação à divisão de celulares mas parece que a recente fraqueza do won perante o dólar e o impacto do Galaxy Note 4 ajudaram", comentou o analista da HMC Investment Greg Roh, em referência às fortes vendas do último dispositivo móvel de destaque da empresa.
Vários analistas acreditam que a divisão de semicondutores da empresa pode ter tido melhor desempenho que a de celulares. A participação da divisão de celulares nos lucros gerais caiu de 68%, em 2013, para 44%, entre julho e setembro de 2014.