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Saneamento básico avança, mas desigualdades persistem

Por Agencia Estado
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A cobertura dos serviços de água e esgoto avançou no Brasil, entre 1989 e 2000, mas as desigualdades entre as regiões do País e entre grandes e pequenos municípios persistem. É o que mostra a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2000, divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O abastecimento de água atendia 95,6% dos municípios brasileiros em 1989 e avançou para 97,9% até o ano 2000; o esgotamento sanitário saiu de 47,3% para 52,2%; e a coleta de lixo, de 97,2% para 99,4%. Quanto ao número de municípios, em 1989, havia 4.425, número que cresceu, em 2000, para 5.507. Apesar de 97,9% dos municípios brasileiros contarem com sistemas de água em 2000, a proporção de domicílios atendidos é menor do que esse percentual. A pesquisa revelou que a cobertura atinge 63,9% dos domicílios brasileiros. Enquanto na região Sudeste 70,5% dos domicílios são abastecidos, no Norte e Nordeste as porcentagens caem para 44,3% e 52,9%, respectivamente. O IBGE também constatou que os municípios mais populosos contam com maior suprimento de água. Enquanto a média nacional ficou em 63,9% dos domicílios, as cidades com até 20 mil habitantes apresentam apenas 46% dos domicílios ligados à rede geral de água. A pesquisa encontrou ainda 112 municípios não abastecidos de água, a maioria deles concentrada no Norte e Nordeste. Água sem tratamento O IBGE também revelou que aumentou a participação de água que não é tratada sobre o total distribuído no País. Entre 1989 e 2000, o volume diário cresceu 57,9%, de 27,8 milhões de m³/dia, para 44 milhões de m³/dia. A participação da água não tratada praticamente dobrou: saiu de 3,9% do total, em 1989, para 7,2% em 2000. No Norte, 67,6% da água é tratada, enquanto no Nordeste, Sudeste e Sul, o porcentual ultrapassa 90%. Poços artesianos e a exploração de águas subterrâneas são algumas das fontes de água não tratada. No Pará e Rio Grande do Sul, 89% e 75% do abastecimento, respectivamente, se baseiam em águas subterrâneas. O IBGE ressalva, contudo, que a água subterrânea pode ter boa qualidade. Nos municípios com mais de 100 mil habitantes, a água distribuída é praticamente toda tratada. Contudo, em cidades com até 20 mil habitantes, 32,1% do abastecimento não conta com qualquer tipo de tratamento. Processos Cerca de 75% da água distribuída no País passa por processo convencional de tratamento: coagulação, sedimentação e filtração para clarear a água, seguidas de correção de PH e desinfecção. A fluoretação, destinada à redução de cárie dental nas áreas atendidas, é encontrada em 45,7% das cidades. No Sul e Sudeste, contudo, o índice sobe para cerca de 70%. No Nordeste, cai para 16,6% e no Norte, para 7,8%. Cobrança A distribuição per capita de água, em 2000, foi de 0,26 metros cúbicos por dia, ou 260 litros. O Sudeste demandou 0,36 m³ diários, enquanto o Nordeste ficou com 0,17 m³. A cobrança pelo abastecimento atinge 81% dos 8.656 distritos atendidos. A tarifa baseia-se na medição por hidrômetros (medidores de água) ou em estimativas de consumo. Em 2000, o Brasil possuía 30,58 milhões de ligações prediais, das quais, 25 milhões contavam com hidrômetros. Em números absolutos, a quantidade de ligações hidrometradas aumentou 81,8%, entre 1989 e 2000. O Sudeste exibe 91% de ligações com hidrômetros, enquanto o Norte aponta 37%.

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