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Santander Banespa lucra R$ 1,26 bilhão em 2006

Valor representa 11% do ganho total do grupo espanhol em todo o mundo

Por Agencia Estado
Atualização:

O lucro líquido do banco Santander Banespa atingiu R$ 1,26 bilhão no ano passado, valor que representa 11% dos ganhos do grupo no mundo. O resultado ficou 28% abaixo do verificado em 2005 por causa de um lucro extraordinário de R$ 635 milhões obtido na venda da distribuidora de energia elétrica AES Tietê. Se excluído esse efeito, o ganho do banco apresentou crescimento de 14%. Segundo o vice-presidente-executivo de Marketing, Produtos e Segmentos do banco, José Paiva, os números de 2006 foram resultado de uma estratégia de dinamismo na atividade comercial, com o lançamento de produtos inéditos no País, como o crédito imobiliário com taxas prefixadas e o cartão de crédito com juros reduzidos, além dos novos fundos de investimentos. "Tudo isso nos permitiu aumentar a nossa participação em alguns mercados", afirmou ele. No cartão de crédito, por exemplo, o banco elevou sua fatia de mercado em 1,3 ponto porcentual. A carteira de crédito do banco, assim como todo o mercado, teve avanço de 29% e atingiu R$ 37,5 bilhões. O crescimento foi decorrente especialmente das operações feitas por pessoas físicas - responsável por 32,8% do volume total emprestado pelo banco -, que subiram 32%. Nesse segmento, os financiamentos de veículos subiram 50% e somaram R$ 3,49 bilhões. Já os empréstimos consignados tiveram um salto de 75% e atingiram R$ 1,77 bilhão. Já na área de pessoa jurídica, o portfólio da instituição apresentou evolução de 29% no período e respondeu por 57% da carteira total. Em relação à inadimplência, os índices recuaram e fecharam abaixo dos níveis do primeiro trimestre de 2006, em 4,8%. Apesar disso, o número ainda é superior ao do quarto trimestre de 2005. Paiva explica que a atual inadimplência é facilmente justificável pelo aumento do mix da carteira de crédito, que agora conta com uma participação maior de classes de risco elevado, como pessoa física, compensado pelo retorno maior. Mas, para se precaver, a instituição elevou em 86% as provisões em 2006, para R$ 1,52 bilhão. Para este ano, a expectativa do executivo é de que a carteira de crédito apresente crescimento da ordem de 25%. No empréstimo imobiliário, ele prevê dobrar o volume concedido. Outro resultado positivo que contribuiu para o lucro do banco foram as receitas de prestação de serviços, seguros e capitalização, que cresceram 23% no ano passado. "Esse avanço foi decorrente da fidelização dos clientes", explicou Paiva. Ele afirmou que o banco conseguiu números positivos na disputa com a Nossa Caixa pelos funcionários públicos do Estado de São Paulo. Segundo ele, dos 650 mil clientes, decidiram ficar com o banco. O retorno sobre o patrimônio do banco ficou em 16,1%, bem abaixo dos demais bancos brasileiros cuja rentabilidade está na casa de 30%. Segundo o presidente da Austin Rating, Erivelto Rodrigues, esse retorno menor deve-se ao fato de o banco não ter escala adequada e a eficiência dos outros grandes bancos do País. Mas Paiva garante que o banco quer crescer no Brasil e está aberto a compras.

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