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Santander Brasil sobe lucro, mas qualidade do crédito piora

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Por Redação
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Dados extraordinários aliviaram na última linha o fraco desempenho operacional do Santander Brasil no terceiro trimestre. A filial do banco espanhol no país reportou pela manhã que teve no período um lucro líquido de 1,47 bilhão de reais, um crescimento de 75,9 por cento em relação ao apurado em igual período de 2008, segundo as normas contábeis brasileiras. A instituição obteve um retorno sobre patrimônio (ROE) anualizado, importante referência sobre a lucratividade de um banco, de 10,2 por cento no trimestre, ante 9,9 por cento do final de junho. O banco não informou o ROE do terceiro trimestre de 2008. Tais números tiveram forte influência de itens não recorrentes. Numa ponta, o banco teve uma despesa de 2 bilhões de reais com amortização de ágio compra do Banco Real. Na outra, teve receita extra de 2,4 bilhões de reais com operações como a venda de participação na VisaNet. Em sua atividade principal, de concessão de empréstimos, o Santander teve um crescimento de apenas 3,7 por cento de sua carteira de crédito em 12 meses, para 132,9 bilhões de reais. O portfólio de financiamentos para varejo avançou 13 por cento no período, enquanto o de empresas encolheu 2,3 por cento, queda atribuída pelo banco à "menor demanda por empréstimos, como conseqüência da crise financeira, e por maior prudência do Santander na concessão destes empréstimos". Ao mesmo tempo, o banco viu seu índice de inadimplência --medida pelas operações com atraso superior a 90 dias, mais as operações com alto risco de calote-- saltar 2,5 pontos percentuais em relação a setembro de 2008, para 7,7 por cento. Diante disso, as despesas com provisões para perdas subiram 63,5 por cento em 12 meses, para 8,25 bilhões de reais. Só entre julho e setembro, o volume de provisões cresceu em 500 milhões de reais. "Com a crise financeira internacional, que impactou o Brasil a partir do quarto trimestre de 2008, observamos um crescimento dos ativos inadimplentes, particularmente por nossos tomadores corporativos de pequeno e médio porte", conforme o banco. Na terça-feira, um relatório do Banco Central mostrou que as operações de crédito no país cresceram 16,9 por cento no período de 12 meses fechado em setembro. O relatório também mostrou que o nível médio de inadimplência ficou em 5,8 por cento. Na coluna de receitas obtidas com tarifas, o Santander Brasil também amargou uma queda de 1,69 por cento no trimestre, na comparação anual, para 1,797 bilhão. O Santander Brasil, que no início do mês protagonizou a maior oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da história do mercado de capitais doméstico, ao levantar 14,1 bilhões de reais, fechou setembro com ativos totais de 306,237 bilhões de reais, um avanço 7,8 por cento em 12 meses. Às 15h05, a unit do Santander exibia baixa de 5,20 por cento, a 21,33 reais. No mesmo instante, o Ibovespa tinha desvalorização de 3,44 por cento. (Reportagem de Aluísio Alves e Stella Fontes)

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