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Santander: força do varejo pode ter estabilizado o PIB

Por Ricardo Leopoldo
Atualização:

A alta das vendas do varejo acima do esperado em julho e agosto deve melhorar o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre, comentou nesta terça-feira, 15, a economista do Santander Fernanda Consorte. Ela estimava uma queda para o comércio de 0,2% em agosto, na margem, mas ocorreu uma elevação de 0,9%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além disso, o instituto revisou para cima a alta de 1,9% deste mesmo indicador apurada em julho para uma elevação de 2,1%. "Com esses dados, pode ser que o PIB do terceiro trimestre fique estável ou levemente positivo. Até recentemente, eu esperava uma queda de 0,3%", destacou.Na avaliação de Fernanda, três fatores poderiam explicar os resultados acima do esperado das vendas de varejo em julho e agosto. "Há uma melhora do mercado de trabalho, especialmente com o aumento das pessoas ocupadas", destacou. Um outro elemento é o programa Minha Casa Melhor, que, segundo ela, está estimulando as vendas de eletrodomésticos. Ela também destaca que há uma melhora da confiança dos consumidores, fato registrado alguns meses depois dos protestos populares por melhores serviços públicos ocorridos em várias capitais no mês de junho."O programa Minha Casa Melhor tem um orçamento de R$ 18 bilhões e deve responder por cerca de 15% das vendas totais dos segmentos de móveis e eletrodomésticos no País", comentou Fernanda. Segundo ela, da alta de 0,9% do varejo restrito em agosto, quase metade foi causada por esses dois segmentos de produtos. "Além disso, há um bom desempenho das vendas de supermercados, que inclusive tem alguma colaboração da venda de eletrodomésticos", destacou.Para setembro, Fernanda acredita que o comércio pode registrar um desempenho levemente positivo. Numa avaliação preliminar, ela avalia que poderá exibir um incremento próximo de 0,5% em relação a agosto.Apesar do bom desempenho das vendas de varejo em julho e agosto, com uma perspectiva razoável para setembro, a economista do Santander pondera que dificilmente os bons resultados do setor serão mantidos entre outubro e dezembro. "Há um processo de alta de juros pelo Banco Central, o que coloca restrições como a elevação dos juros para financiamentos", destacou.Além disso, Fernanda ponderou que a concessão de crédito em geral está muito fraca, com exceção do desempenho dos bancos oficiais. Ela espera que o PIB neste ano suba 2,3%. Como a inflação está alta e deve fechar este ano em 6,1% e em 6,3% em 2014, Fernanda acredita que o BC deve elevar os juros para 11% ao ano até o final do ano que vem. Segundo ela, o Copom deve subir a Selic para 9,75% no dia 27 de novembro e agregar 0,25 ponto porcentual em janeiro. Esse movimento será completado no último trimestre do ano que vem, quando a Selic subiria mais um ponto porcentual.

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