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Santander pode avançar no Brasil com oferta pelo ABN Amro

O banco solicitou acesso à contabilidade do ABN, enquanto as negociações exclusivas entre a instituição e o britânico Barclays chegam ao final do prazo

Por Agencia Estado
Atualização:

O Santander pode conquistar o controle de um banco italiano e se tornar a segunda maior instituição financeira do Brasil em volume de empréstimos caso o grupo e seus parceiros consigam sucesso na compra do ABN AMRO. O Santander, em parceria com o Royal Bank of Scotland e o Fortis, procuraram o ABN na semana passada, solicitando acesso à sua contabilidade, enquanto as negociações exclusivas entre a instituição e um outro grupo interessado em adquiri-la, o britânico Barclays, chegam ao final do prazo. Caso o grupo de bancos apresente uma oferta vencedora, é provável que o Santander fique com o italiano Antonveneta, adquirido pelo ABN em 2005, e com o Real, no Brasil, o que lhe daria mais influência no varejo bancário mundial. Analistas afirmam que esses ativos provavelmente custariam entre 20 bilhões e 22 bilhões de euros ao Santander, um preço que forçaria a instituição a adiar a muito aguardada aquisição da Sovereign Bancorp, na qual adquiriu participação acionará de 24,99% no ano passado. "Não acredito que o Santander pretenda obter recursos para a nova oferta vendendo suas ações no Sovereign, mas isso adiará o momento em que eles poderão adquirir o restante do banco", disse Carlos Garcia, analista do ING. "É apenas questão de tempo, mas presumo que isso possa retardar a aquisição integral do Sovereign em talvez três anos." Quase todos os analistas dizem que o Santander venderá sua participação no grupo petroleiro e de gás natural Cepsa, o que lhe valeria 5,4 bilhões de euros aos preços atuais de 66 euros por ação. Segundo maior em ativos Entre os três bancos envolvidos na oferta, o Santander é o mais provável candidato ao controle do ABN Amro Real, nove anos depois que o ABN o derrotou em sua tentativa de adquirir o grupo brasileiro. A aquisição do Real tornaria o Santander o segundo maior banco brasileiro em termos de base de ativos, o que melhoraria a situação do Santander em uma das quatro economias de rápido crescimento conhecidas como BRIC - Brasil, Rússia, Índia e China. O Santander no momento ocupa o sexto posto no ranking de ativos brasileiro. "O acordo faz sentido para o Santander em termos financeiros e estratégicos," disse Garcia. "Não existem muitas oportunidades de adquirir grandes bancos no Brasil e na Itália." Já o ABN está presente no Brasil há quase 90 anos, mas somente mais recentemente começou uma expansão via aquisições, incluindo a compra do Banco Real em 1998, por US$ 2,1 bilhões, e a do Sudameris, por US$ 760 milhões, em 2003. O banco superou o Unibanco em termos de total de ativos no final de 2006, ficando atrás do Bradesco e do Itaú. Maior banco da zona do euro O Santander investiu mais de 30 bilhões de euros nos últimos 10 anos, transformando-se no maior banco da zona do euro a partir de um banco regional espanhol. A transformação foi capitaneada pelo presidente do conselho da instituição, Emilio Botin, que em fevereiro afirmou: "O grupo tem o tamanho correto. Nosso foco está em crescimento orgânico."

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