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Santander pode se tornar o maior banco privado do País

Por Silvia Fregoni
Atualização:

Com a provável compra do grupo holandês ABN Amro pelo consórcio de bancos RBS, Fortis e Santander, por US$ 101 bilhões, o Santander deve se tornar o maior banco privado do Brasil, conforme o ranking do Banco Central, que considera os ativos do controlador deduzidos da intermediação financeira. Já no ranking das operações consolidadas dos grupos financeiros brasileiros, o Santander se consolidaria na segunda posição, atrás do Bradesco, com uma larga vantagem sobre o Itaú, que cairia para o terceiro lugar. No Brasil, o ABN Amro é dono do banco Real, que passaria então ao controle do Santander. O consórcio de bancos aguarda apenas a contagem dos últimos votos, que foram enviados por correio, para declarar sua oferta incondicional e colocar um fim na disputa travada pelo ABN Amro com o britânico Barclays nos últimos seis meses. Na noite de sexta-feira, a proposta do trio de bancos contabilizava 85% de apoio entre os acionistas do banco holandês. Se concretizada, será a maior aquisição do setor financeiro no mercado internacional e que mexe também com o mapa dos bancos no Brasil. Pelo ranking de junho do Banco Central brasileiro, o ABN Amro Real era o terceiro colocado, com ativos de R$ 149,441 bilhões, e o Santander estava na quinta colocação, com R$ 96,180 bilhões. A soma dos ativos cria um banco de R$ 245,621 bilhões, contra R$ 237,390 bilhões do Itaú e R$ 215,353 bilhões do Bradesco. Considerando o balanço consolidado, o ABN Amro tem R$ 154,153 bilhões em ativos, segundo levantamento da Austin, e o Santander, R$ 123,610 bilhões. Dessa forma, a compra resulta em uma instituição financeira com ativos de R$ 277,763 bilhões, contra R$ 255,418 do Itaú. O Bradesco mantém a liderança com R$ 290,568 bilhões. Para o professor William Eid Jr., da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em São Paulo, com a investida do espanhol, surge um banco "híbrido" entre Bradesco, com perfil mais popular, e Itaú, que atua em um nicho de renda um pouco superior. "Até pelo fato de o Santander ter comprado o Banespa, os clientes do banco são, em média, de menor poder aquisitivo. Já o ABN Amro Real é predominantemente de classe média", afirma. "Dessa forma, haverá muita sinergia entre as instituições, com pouca sobreposição de clientes e agências", complementa. A compra do ABN significa o segundo grande lance do Santander no mercado financeiro brasileiro. A primeira investida de expressão foi em novembro de 2000, quando levou o Banespa por R$ 7,050 bilhões, com ágio de 281% em relação ao preço mínimo. O espanhol iniciou as operações no Brasil em 1982, ao instalar um escritório de representação no País. Dando início ao processo de crescimento, a instituição comprou o Banco Geral do Comércio em 1997, o Noroeste em 1998 e o Conglomerado Meridional em 2000.

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