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Santander: previsões do segundo semestre

Analista da instituição aposta em ação beneficiada pela queda de juros, propõe estímulo ao crédito e analisa setores da economia.

Por Agencia Estado
Atualização:

As ações de empresas que devem se beneficiar da redução das taxas de juros e do crescimento da economia estão entre as principais recomendações do Santander Central Hispano Investment. Dentro desse grupo, Bradesco e Gerdau são os destaques de um estudo elaborado pelo analista-chefe da instituição, Alexandre Gartner. Segundo ele, o Bradesco possui a maior escala do setor financeiro para a expansão de operações de crédito. Na avaliação de Gartner, a redução da taxa Selic deverá forçar os bancos privados a olhar para outras áreas para garantir sua lucratividade. A mais importante destas áreas seria o crédito com taxas mais baixas de juros, uma alternativa interessante para grande fatia de consumidores. O analista cita ainda a influência dos baixos níveis de inadimplência para a produtividade e as carteiras de empréstimos dos bancos. Demanda Os setores com variação cíclica na atividade, nos quais se encaixa a Gerdau, têm mostrado excelente performance operacional este ano, na avaliação do Santander. Gartner explica que esse comportamento deverá continuar no segundo semestre de 2000 e acrescenta que o setor de aço foi beneficiado pela forte demanda doméstica. Nesse contexto, destacam-se os setores de automóveis e construção, que responderam aos cortes nas taxas de juros e ao crescimento na disponibilidade de crédito. O aumento na demanda tem sido refletido por preços altos tanto para aço longo quanto para plano. As ações de companhias bem posicionadas dentro de seus setores específicos também estão entre as principais recomendações do Santander. "Acreditamos que as companhias de telefonia fixa representam as melhores oportunidades de investimento no momento, e a Telemar é a mais atrativa no setor", diz o analista chefe. Telecomunicações e energia elétrica Ele lembra que o segmento de telecomunicações passará por algumas mudanças importantes no segundo semestre deste ano com as alterações na regulamentação, além das definições no leilão para a concessão do sistema de comunicação pessoal. Isso poderá trazer perda de receita para as operadoras de celulares, por exemplo, caso haja uma redução nas tarifas de interconexão. As negociações sobre esse assunto passarão a ser feitas diretamente entre as operadoras fixas e de celular, o que, segundo Gartner, afetaria as receitas das companhias de celular e a lucratividade dos clientes pré-pagos. Outra companhia considerada bem posicionada em seu setor é a Copel. Segundo ele, a empresa se beneficiará no curto prazo da energia excedente possuída (capacidade ainda não contratada). Para o especialista, o risco de um déficit nacional será a principal discussão do setor de energia elétrica no segundo semestre de 2000. "Devido ao crescimento de 3,5% no PIB este ano, o consumo de energia está ficando perigosamente perto do limite de capacidade do sistema." Partindo desse cenário, o analista acredita que os preços no mercado e os contratos de curto prazo devem alcançar novas altas no final do ano e no começo de 2001.

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