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Santander reafirma planos de expansão no Brasil

Segundo o presidente do banco no País, Grabiel Jaramillo, a instituição vai continuar lutando para reverter a recente decisão que transferiu os depósitos judiciais do Banespa para a Nossa Caixa.

Por Agencia Estado
Atualização:

Os recentes contratempos enfrentados no Banespa e as incertezas do cenário político não afetam a estratégia do Banco Santander, que mantém os planos de expansão no Brasil. Segundo o presidente do banco Santander no País, Grabiel Jaramillo, que participou de almoço no "Estado" hoje, o banco vai continuar lutando para reverter a recente decisão do Conselho Superior de Magistratura, que transferiu os depósitos judiciais do Banespa para a Nossa Caixa. O executivo ponderou, no entanto, que a perda dos depósitos, mesmo que concretizada, não comprometerá os resultados do Banespa e muito menos os planos de investimentos do grupo espanhol no Brasil. A possibilidade de aumento das turbulências políticas relacionadas à eleição de 2002 também não abala o otimismo do presidente do Santander, que destaca o fato de a instutuição ter uma estratégia de longo prazo para o país. Nesta estratégia está embutida a possibilidade de "ciclos" positivos e negativos, mas o banco está bem posicionado para eventuais variações de cenário. O executivo explica que o Santander tem investimentos fortes tanto no atacado - com o Santander - quanto no varejo - com o Banespa. Ele lembra que o varejo bancário tende a ser beneficiado em momentos positivos, como o vivido pelo Brasil hoje, enquanto o atacado se sai melhor em momentos de alta volatilidade. Questionado sobre as condições para o Brasil sustentar o atual otimismo na economia, Gabriel Jaramillo destacou a manutenção do ajuste fiscal e investimentos em educação. "Ajuste fiscal e educação, educação, educação...", frisou o executivo. Novas agências - Dentro do plano de expansão no mercado brasileiro, Jaramillo informou que serão abertas de 80 a 100 agências no Estado do Rio de Janeiro em 24 meses. Jaramillo disse que o crescimento no Rio tende ser "orgânico", baseado na abertura de novas agências, porque não há nenhuma instituição no Estado que possa interessar ao grupo. Para o Santander, líder do ranking bancário espanhol e maior instituição estrangeira na América Latina, a região Centro-Sul do Brasil faz parte de uma faixa territorial considerada estratégica pelo banco, que começa em Santiago, no Chile, passa pela Argentina e Sul do Brasil e vai até Minas Gerais e Rio. Dentro desta região, que concentra a riqueza na América do Sul, o Santander já assumiu uma posição forte no Rio Grande do Sul, onde assumiu a liderança do mercado local com a compra do Meridional, e está bem posicionado em São Paulo após adquirir o Banespa. Nos demais estados onde o banco não encontrar outras instituições para comprar o crescimento será orgânico. O presidente do Santander disse que os investimentos no país vão continuar e previu que os ajustes estruturais no Banespa, como no quadro de pessoal, vão estar concluídos em cerca de dois anos. Dois meses e meio após ter surpreendido o mercado com o lance de R$ 7,2 bi pelo Banespa, o presidente do Santander mantém a opinião de que a aposta foi um bom negócio. "O Brasil é um excelente investimento e, se o leilão fosse hoje, nós daríamos o mesmo lance", comentou. Jaramillo não se abala com a lembrança de que as propostas dos demais bancos ficaram muito abaixo da do Santander. "O mercado estava errado!", comentou o dirigente do Santander.

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