SAFRA DE CAFÉ MELHOR, MAS NÃO MUITO
A safra de café do terceiro Estado produtor da commodity no Brasil fechou este ano em 4,6 milhões de sacas, incremento de cerca de 4 por cento ante a projeção de junho, segundo o levantamento da secretaria.
O governo alertou que em anos de alta do ciclo bianual do arábica, como foi 2014, os paulistas colheriam mais de 5 milhões de sacas. Mas a seca evitou um resultado melhor.
Na temporada de 2013, ano de baixa do ciclo bianual do arábica, a colheita de café de São Paulo somou 4,42 milhões de sacas da temporada anterior.
São Paulo é o terceiro Estado produtor de café do Brasil (maior produtor global), atrás de Minas Gerais e Espírito Santo, cuja safra em sua maioria é da variedade robusta.
Considerando apenas a produção de arábica, os paulistas estão na segunda posição entre os principais produtores do país.
"Para a cultura do café, a anomalia climática incidente no primeiro trimestre do ano impôs prejuízos à formação e enchimento dos frutos, ocasionando diminuição da peneira, má formação e chochamento das sementes", disse a secretaria em nota.
A secretaria disse ainda que as perdas somente não foram maiores nos cinturões produtivos de Franca e Ourinhos por terem sido beneficiados por chuvas irregulares no primeiro trimestre, enquanto aqueles situados em condição de montanha (São João da Boa Vista, Bragança e Campinas) foram menos afetados pela seca.
LARANJA
A safra de laranja prevista para este ano em São Paulo, Estado que responde por quase todos embarques de suco do Brasil, o maior exportador mundial, aponta para um volume total de 292,9 milhões de caixas de 40,8 kg, leve baixa de 0,75 por cento na comparação com o levantamento de junho, mas ainda 2,3 por cento acima do obtido na temporada passada, "visto que a florada (para 2014) foi abundante no final de 2013".
Os números incluem tanto a safra comercial --com processamento pela indústria e que já está na fase final de colheita-- quanto os frutos provenientes de pomares não expressivos economicamente, bem como as perdas relativas ao processo produtivo e as de colheita.
Espera-se uma produtividade agrícola de 26.475 kg/ha, superior àquela obtida na estimativa final da safra anterior em 5,2 por cento (equivalente a 1,8 cx./pé). Porém, em algumas regiões sem irrigação, a produtividade está prevista em 1,5 cx./pé.
A seca, entretanto, favoreceu o rendimento industrial da laranja colhida, disse à Reuters o diretor-executivo da CitrusBR, associação que representa a indústria, Ibiapaba Netto, explicando que os frutos vieram com mais suco do que água este ano.
"Vai ser um dos melhores rendimentos industriais, a laranja está pequena, cheia de suco, precisa de menos caixas (de laranja) para fazer uma tonelada (de suco)", afirmou Ibiapaba Neto, comentando que o processamento da safra deverá ser encerrado ao final de dezembro, diferentemente de outras que se estendem até janeiro.
Ele acrescentou que a seca, contudo, traz dúvidas para a florada que vai gerar a safra do ano que vem. A CitrusBR diz que só será possível quantificar isso em fevereiro.