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Saúde monitorada

Pouco a pouco, os fabricantes começam a descobrir como funciona o mercado de computadores vestíveis. Atualmente, uma grande aposta são aplicações de saúde. Relógios e pulseiras inteligentes têm funcionalidades básicas como contagem de passos e medição de batimentos cardíacos. A expectativa é que, em poucos anos, os aparelhos passem a verificar também, em tempo real, a pressão e a taxa de glicose no sangue de quem os usar.

colunista convidado
Por Renato Cruz
Atualização:

“Os vestíveis ainda estão em sua infância”, afirmou, em entrevista a esta coluna, Jason Chen, presidente mundial da Acer, que esteve em São Paulo para anunciar o lançamento de computadores e de uma nova linha de projetores. “Em até três anos, acho que teremos medição de pressão. A taxa de glicose deve demorar um pouco mais tempo. As pessoas realmente precisam disso. Não são somente coisas legais de ter.”

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Além desse esforço para tornar os vestíveis aparelhos de monitoramento da saúde, Chen destacou a necessidade de reduzir o consumo de energia. “As pessoas não querem colocar o relógio para carregar toda noite”, destacou o executivo. “Mesmo uma vez por semana não é bom o suficiente.” A pulseira inteligente Liquid Leap+, da Acer, promete duração de bateria de cinco a dez dias.

No segundo trimestre, as vendas mundiais de PCs caíram 9,5%, para 68,4 milhões de unidades, segundo a consultoria Gartner. A Acer é a quinta maior fabricante mundial, e registrou queda de 20% no período. Novas áreas, como computadores vestíveis, são essenciais para compensar, pelo menos em parte, essa queda. O mercado mundial de eletrônicos vestíveis de saúde deve subir de 68 milhões de unidades neste ano para 91 milhões em 2016, também de acordo com a Gartner.

No Brasil, a estratégia da Acer para combater a redução geral das vendas é lançar novas linhas de produtos. A empresa estuda lançar smartphones no País, e tem conversado com operadoras e fabricantes terceirizadas para viabilizar a entrada nesse mercado, apesar de ainda não ter divulgado uma data para o lançamento.

“O mercado atual de smartphones me lembra do mercado de computadores de 30 anos atrás”, disse o presidente da Acer. “Naquela época, havia quatro ou cinco grandes marcas, e a maioria já não existe mais. Os fabricantes de ‘caixas brancas’ também deixaram de existir”, explicou, referindo-se a fornecedores de PCs com marcas desconhecidas. “Conseguimos nos manter no mercado com escala e eficiência operacional.”

Sobre a ampliação da linha de produtos no Brasil, apesar situação econômica adversa, Chen afirmou: “O que não dá para esperar é que, sem fazer nada de novo, tenhamos um resultado diferente do que estamos tendo. Existem desafios na economia mundial, que não são restritos a um país. Mas sou otimista.”

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