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Saudi Aramco caminha para fazer o maior IPO da história, superando Alibaba

A estimativa é de que a empresa vá para o IPO com um valor de mercado de cerca de US$ 1,5 trilhão; petrolífera é responsável pela produção de 10% do petróleo mundial

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Por Fernanda Guimarães
Atualização:

Depois de idas e vindas, a petrolífera estatal saudita Saudi Aramco lançou nesta segunda-feira, 04, sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), estimada para movimentar US$ 100 bilhões, ou seja, com potencial de ser quase cinco vezes superior ao maior IPO da história até aqui, que foi o da gigante chinesa do e-commerce Alibaba, que em 2014 fez uma oferta de quase US$ 22 bilhões na bolsa de Nova York, a Nyse. A estimativa é de que a empresa vá para o IPO com um valor de mercado de cerca de US$ 1,5 trilhão. O governo, no entanto, quer um valor de US$ 2 trilhões.

IPO da Saudi Aramco deve ser o maior da história;estimativa é de que a empresa vá com um valor de mercado de cerca de US$ 1,5 trilhão Foto: REUTERS/Ahmed Jadallah

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 A oferta multibilionária provocou uma briga entre as bolsas globais, que queriam atrair a oferta. No entanto, a escolha foi a bolsa local, a Saudi Stock Exchange (Tadawul), em Riad. A bolsa tem se preparado, inclusive, com investimentos em tecnologia, para conseguir fazer frente aos volumes de negociação que devem saltar com a listagem da petrolífera, responsável pela produção de 10% do petróleo mundial. A expectativa é de que, mais para frente, a companhia selecione uma bolsa internacional para fazer a listagem. Há cerca de um ano a Aramco cancelou seu plano de abrir capital, em um momento em que o preço do petróleo havia caído.

 O prospecto da oferta ainda não traz detalhes sobre a operação, como o volume de ações que podem ser vendidas. O documento aponta que essa decisão será tomada após o período de "bookbuilding", que é a coleta de intenção de investimentos.

 Ainda de acordo com o documento, a Saudi Arambo registrou uma geração de caixa de U$$ 121 bilhões no ano passado, um caixa livre de US$ 85,8 bilhões e um lucro líquido de US$ 111,1 bilhões em 2018.

 "A companhia possui um forte histórico de criação de valor para seu atualacionista, o governo. Estou ansioso para receber os novos acionistas que, estou confiante, se beneficiarão da credibilidade e do crescimento contínuo da empresa", destaca, no documento, o presidente do conselho da empresa (chairman), Yasir Othman Al-Rumayyan.

 Dentre as prioridade estratégicas da companhia está a manutenção de sua posição de maior fabricante global de petróleo e de menor custo, expansão de seu negócio de gás mundialmente e a entrega de dividendos de forma sustentável.

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 Fazem parte do sindicato de bancos o JPMorgan Chase, Morgan Stanley, Goldman Sachs, Bank of America Merrill Lynch, Citigroup, HSBC, Credit Suisse e dois bancos de investimento da Arábia Saudita, o NCB Capital Company e o SambaCapital & Investment.

 A oferta, além de seu tamanho, também chama atenção por conta do seu pano de fundo. Além do ambiente de tensão entre a Arábia Saudita e seus vizinhos, ano passado o plano de IPO também perdeu força depois do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, que desapareceu depois de entrar em um consulado saudita em Istambul. O príncipe herdeiro Mohammed foi indiciado como mandante do crime por agentes de inteligência dos EUA e por uma investigação das Nações Unidas. O príncipe assumiu a responsabilidade pelo assassinato enquanto líder do país, mas garantiu, na ocasião, que o crime aconteceu sem seu conhecimento.

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