'Se confirmada eleição de Biden, não devemos ter problema algum', afirma Guedes

Ministro da Economia disse que 'não é uma personalidade aqui ou nos EUA que vai afetar a relação entre os países'; o governo brasileiro ainda não fez nenhum comentário oficial sobre o resultado das eleições americanas

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Por Eduardo Rodrigues e Thaís Barcellos
2 min de leitura

BRASÍLIA e SÃO PAULO - Embora o governo brasileiro até agora não tenha feito nenhum comentário oficial sobre a eleição de Joe Biden para a presidência dos Estados Unidos, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça-feira, 10, não esperar problemas com o novo governo americano - ao ser questionado sobre o assunto em evento internacional.

Paulo Guedes, ministro da Economia de Jair Bolsonaro Foto: Gabriela Biló/Estadão

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Após ser perguntado se a relação próxima entre os presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump pode afetar as relações com o futuro governo Biden, Guedes afirmou que Brasil e os EUA são duas democracias liberais e citou os quase 60 milhões de votos recebidos por Bolsonaro na eleição de 2018.

“As visões de Bolsonaro devem ser respeitadas assim como as de Biden. Se confirmada a eleição de Biden, não devemos ter problema algum. Não é uma personalidade aqui ou nos EUA que vai afetar a relação entre os países”, respondeu, em participação virtual no Bloomberg Emerging + Frontier Forum 2020.

Mais uma vez questionado sobre a política ambiental do governo Bolsonaro e como ela pode ser atacada por um governo do partido Democrata nos EUA, Guedes repetiu o argumento de que os críticos da atuação brasileira estariam “desinformados”.

“Quando falamos da Amazônia, falamos de soberania nacional. Há muito tráfico ilegal de drogas, armamentos e desmatamento ilegal, e é claro que nós somos contra isso. Mas precisamos de ajuda para preservar a floresta adequadamente”, reiterou.

Rede 5G

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O ministro disse ainda que o Brasil não tem uma decisão tomada sobre o veto ou a liberação de tecnologia chinesa nas redes de 5G, cujo leilão de espectro é esperado para 2021. Ele admitiu, porém, que o governo leva em consideração os alertas de países como os Estados Unidos e o Reino Unido, que barraram empresas como a Huawei na tecnologia de telefonia e internet móvel de quinta geração.

"O Reino Unido impediu os chineses no centro do sistema de 5G, mas permitiu que as empresas chinesas atuassem na periferia das redes. Estávamos indo nessa direção antes da pandemia. Não queremos perder a revolução digital, mas há esses alertas geopolíticos. No momento, o Brasil ainda estamos analisando e estudando essa questão", afirmou.

O governo Trump fez pressão direta sobre as autoridades brasileiras pela proibição total à participação dos chineses na instalação da rede 5G no Brasil, alegando que falhas na segurança de dados poderiam abrir portas a espionagem pelo país asiático, que nega essas acusações. "Sempre dissemos que iríamos dançar com todo mundo. Os EUA e a China sempre dançaram juntos e agora brigaram. Eles podem brigar entre si, mas vamos dançar com todos", completou Guedes.

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