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'Se for o caso, ligo para Trump. Tenho canal aberto', diz Bolsonaro sobre tarifas dos EUA

Proximidade com Trump é frequentemente apontada pelo governo brasileiro como uma conquista da gestão Bolsonaro

Por Mateus Vargas
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira, 2, que, "se for o caso", conversará com o presidente dos EUA, Donald Trump, sobre intenção de aumentar tarifas sobre aço e alumínio de Brasil e Argentina como forma de compensar a desvalorização da moeda destes países. A medida foi anunciada mais cedo por Trump no Twitter

Bolsonaro ao lado de Trump em visita oficial aos EUA. Foto: Jim Lo Scalzo/EFE

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"Vou conversar com Paulo Guedes (ministro da Economia). Se for o caso, ligo para o Trump. Tenho um canal aberto com ele", disse Bolsonaro. "Converso com Paulo Guedes e depois dou a resposta. Para não ter de recuar, tá ok?."

A proximidade com Trump é frequentemente apontada pelo governo brasileiro como uma conquista da gestão Bolsonaro. 

Em uma publicação no Twitter, no entanto, o presidente Trump afirmou que Brasil e Argentina têm desvalorizado as próprias moedas e, por conta disso, anunciou que vai retomar tarifas sobre aço e alumínio provenientes dos dois países da América do Sul. 

"A desvalorização não é boa para os nossos fazendeiros", disse o chefe da Casa Branca, acrescentando que o que vem acontecendo com as moedas locais frente ao dólar causa dificuldades para as exportações americanas. "FED (Federal Reserve, o banco central americano) precisa agir para que países não tirem vantagem de nosso dólar forte", completou. 

Munição para opositores

Em entrevista à Rádio Itatiaia, Bolsonaro disse que "tem quase certeza" de que Trump vai atendê-lo e voltar atrás na decisão de retomar as tarifas sobre aço e alumínio.

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Bolsonaro disse que essa decisão de Trump é "munição" para seus opositores no Brasil. "Não vejo isso como retaliação, espero que Trump tenha entendimento e que não nos penalize. Tenho quase certeza de que ele vai nos atender."

Ele comentou que o real está sendo afetado pela própria guerra comercial entre Estados Unidos e China e também por outras questões da América Latina, rebatendo o argumento de Trump de que o País estaria desvalorizando a moeda. / COLABORARAM THAÍS BARCELLOS E CÍCERO COTRIM

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