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Se governo não agir, ''haverá um tsunami de desemprego em 2009'', diz sindicalista

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Por Adriana Fernandes e Fabio Graner
Atualização:

Dirigentes das centrais sindicais pediram ontem do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que exija contrapartida das empresas, com a manutenção do emprego, para "cada centavo" que elas receberem do governo em empréstimos ou incentivo tributário. Segundo o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, sem a adoção de medidas rápidas, haverá um "grande tsunami" de desemprego no início do ano que vem. De concreto, os sindicalistas conseguiram apenas o compromisso do ministro para organizar câmaras setoriais com as empresas dos setores mais afetados pela crise financeira. A idéia é que nessas câmaras trabalhadores, governo e empresários discutam mecanismos de contrapartida do emprego. Contando com o anúncio ainda ontem de medidas para evitar o desemprego em 2009, os dirigentes das centrais sindicais saíram da reunião frustrados. "Tem que ser hoje. Estamos às vésperas do Natal", disse Paulinho quando chegou ao Ministério da Fazenda para a reunião com Mantega. O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Arthur Henrique, disse que as centrais que esperavam pelo menos uma decisão sobre a correção maior da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). O secretário-geral da Presidência, ministro Luiz Dulci, que participou do almoço, informou que já agendou com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, reunião para discutir a proposta de atrelar a concessão de crédito à manutenção do emprego pelas empresas. No dia da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), o presidente da Força Sindical prometeu organizar uma mobilização nacional para "derrubar" o presidente da autoridade monetária, Henrique Meirelles, se o BC não reduzisse os juros. "Se o BC não baixar os juros, certamente demissões ocorrerão a partir de janeiro. Alguém tem que pagar por isso." Se o governo reduzir temporariamente a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos automóveis, o diretor da CUT, José Lopez Feijóo, disse que será preciso assinar um compromisso com todas as empresas da cadeia produtiva do setor automobilístico para garantir a manutenção do emprego e redução dos preços. Segundo ele, acordo desse tipo foi assinado pelo ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci no início de 2003. Na época como presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Feijóo participou das negociações e disse que o acordo deu certo e os empregos foram preservados. Segundo ele, "sempre é possível" assinar um acordo.

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