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Se houver enxurrada de dólares, Fazenda adotará medidas

Desta vez, o alerta foi feito pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge

Por Luciana Xavier , Paula Puliti e da Agência Estado
Atualização:

O governo está atento à possível enxurrada de dólares que pode haver no mercado brasileiro depois da classificação de grau de investimento dada pela agência Standard & Poor's na semana passada. Desta vez, o alerta foi feito pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, na manhã desta quinta-feira, 8, em entrevista à Agência Estado.   Jorge admitiu que o governo poderá adotar medidas para restringir o capital estrangeiro especulativo, caso o dólar despenque ainda mais. O ministro, no entanto, fez questão de ressaltar que não espera por uma "enxurrada de dólares" no País e, portanto, não coloca a adoção de medidas cambiais em seu cenário básico.   "As avaliações aqui no Ministério indicam que não haverá uma enxurrada. Primeiro, porque há já houve uma enorme entrada de investimentos diretos no Brasil nos últimos dois anos. Somos o segundo maior país em recebimento de investimentos diretos entre os emergentes. Segundo, porque há uma liquidez muito menor no mundo com a crise do crédito imobiliário (subprime) nos EUA, em que os bancos e fundos encolheram muito as perspectivas para investimentos", explicou o ministro, durante entrevista ao AE Broadcast Ao Vivo.   Desde a elevação do Brasil à categoria de país seguro para se investir pela Standard & Poor's, o mercado espera pelo ingresso significativo de dólares no País e teme a adoção de medidas de restrição ao capital estrangeiro, embora a possibilidade já tenha sido negada pelo governo.   "Nas condições atuais isso não é necessário e, portanto, não acredito que seja feito. Eventualmente se as nossas avaliações estiverem erradas e houver a tal enxurrada, e eu insisto que não há a possibilidade de que isso ocorra, certamente o Ministério da Fazenda e o Banco Central terão medidas como aumento de IOF ou outro imposto qualquer sobre o capital especulativo. Porque o capital que vem para investir em produção não deveria sofrer taxação", afirmou o ministro.

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