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''Se não estiver na lei, ninguém cumpre''

Antônio Neto: sindicalista, presidente da CGTB

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Por Redação
Atualização:

A reação dos patrões à redução da jornada de trabalho já era esperada, avalia o presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Antônio Neto. Nos anos 50, lembra, o empresariado reagiu à implantação das férias remuneradas, argumentando que a ociosidade poderia levar até ao aumento da violência doméstica. As centrais sindicais, em conjunto, já coletaram 1,63 milhão de assinaturas a favor das 40 horas semanais. A seguir, trechos da entrevista. Por que é importante reduzir a jornada de trabalho? São vários aspectos. O primeiro é a geração de mais empregos. O segundo é que a produtividade das empresas com as novas tecnologias só gerou benefício para elas. Os trabalhadores não tiveram nenhuma vantagem com isso. Os empresários alegam que não haverá aumento de emprego, e sim aumento da informalidade. Eles têm de falar isso mesmo, eu não esperaria nada diferente. Eles são muito reacionários em relação a qualquer coisa que amplie direitos dos trabalhadores. É só lembrar que na década de 40 e 50, quando foram introduzidas as férias, a Fiesp dizia que o trabalhador ia ficar no ócio, ia bater na mulher, ia acabar a família. Eles dizem que muitas empresas já têm jornada de 40 horas, fruto de negociação e que não seria necessário colocar na Constituição. No Brasil, se não estiver na lei, ninguém cumpre. Todo ano é necessário negociar todas as cláusulas trabalhistas, o reajuste salarial. Ou seja, eles querem poder para, a cada negociação, colocar a faca no pescoço da divisão sindical no sentido de ceder. A gente precisa de lei. Como está a mobilização dos sindicatos para amanhã? Já tivemos uma manifestação no Brasil inteiro no dia 14. É raro ter essa oportunidade, que o Parlamento nos deu, de falar sobre a questão do o emprego.

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