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Se programas sociais aumentarem, outros lugares terão de contribuir, diz secretário de Guedes

Adolfo Sachsida, porém, disse que o problema do governo não é a falta de dinheiro, mas a aplicação incorreta dos recursos

Foto do author Francisco Carlos de Assis
Foto do author Eduardo Laguna
Por Francisco Carlos de Assis (Broadcast) e Eduardo Laguna (Broadcast)
Atualização:

O Secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, foi bastante incisivo nesta sexta-feira, 30, ao dizer durante live organizada pela Necton Investimentos que "se os programas sociais aumentarem, outros lugares terão de dar contribuição". O secretário fazia referências ao programa social Renda Cidadã, que vem sendo discutido dentro do governo e cuja intenção é substituir o Bolsa Família, uma marca política do governo petista.

Ao ser indagado se há espaço no Orçamento para comportar um programa social com as dimensões previstas para o Renda Cidadã, Sachsida respondeu com outra pergunta: "não existe espaço em um Orçamento de mais de R$ 1 trilhão?". 

Adolfo Sachsida, secretário de Política Econômica do ministro Paulo Guedes Foto: Dida Sampaio/Estadão

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O problema, de acordo com o secretário, não é a falta de dinheiro, mas a aplicação incorreta dos recursos. Para Sachsida, alguns segmentos se apropriaram do Orçamento. Contudo, ele se recusou a dar números relativos ao Renda Cidadã, sob a alegação de que o programa não está sob o comando do Ministério da Economia e sim do Ministério da Cidadania, comandada pelo ministro Onyx Lorenzoni.

"Não é o momento de dar números", disse Sachsida, emendando que não existe no governo a ideia de furar o teto dos gastos. "O que existe é a ideia de realocação orçamentária", disse.

Seguindo na questão do Orçamento, Sachsida disse que ele será aprovado a tempo, bem como serão aprovados os gatilhos do teto. A proposta Orçamentária foi enviada ao Legislativo pelo Executivo no fim de agosto, mas ainda não começou a ser analisada pelo Congresso.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem falado que vê risco muito grande para o governo, devido ao calendário de votações deste ano em razão das eleições municipais, se o Orçamento for aprovado antes da aprovação da PEC Emergencial.

Porém, Sachsida acredita na aprovação do Orçamento. "As coisas estão sob controle. O que for necessário votar será votado. Tenho certeza de que vamos aprovar o Orçamento a tempo e vamos aprovar os gatilhos do teto de gastos. Quantas vezes aconteceu de virar o ano sem Orçamento aprovado? Isso não é novidade", disse. 

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Retomada

Sachsida disse ainda que em meados de dezembro volta o padrão social da crise da covid-19. Com isso, segundo o secretário, o setor de trabalho informal, que congrega o grosso do desemprego no Brasil, voltará ao normal com a redução do distanciamento social. Isso, de acordo com o secretário, voltará a dinamizar o setor de serviços.

Ao se referir ao mercado de trabalho, Sachsida disse que a sociedade brasileira precisará fazer escolhas. Nesse sentido, segundo ele, vai ficar para o Congresso deliberar sobre o trabalho temporário, que abrange os fins de semana. “Se um trabalhador quer trabalhar aos domingos e um empresário quer contratá-lo, deixe ele trabalhar, meu Deus!”, disse o secretário.

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Segundo ele, outra coisa que a sociedade precisa resolver é a questão do custo do trabalho. Ele lembrou que para cada funcionário formal que percebe uma renda mensal de R$ 1.000, o empregador gasta R$ 3.000. “É aquela velha frase de que o trabalhador ganha pouco e o empresário paga muito”, disse.

Sachsida disse ainda que com relação ao mercado de crédito, esse segmento vai continuar forte no ano que vem. “Mas a participação do investidor privado e externo é que vai consolidar seu crescimento”, disse o secretário, reproduzindo frase do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que o Estado não tem mais condições de financiar a economia.

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