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Se Varig parar, Anac diz ter plano de contingência

Agência diz que não dará detalhes desse plano para não tumultuar ainda mais o mercado

Por Agencia Estado
Atualização:

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) admitiu hoje, em nota oficial, que "vem desenvolvendo um plano de contingência caso a Varig paralise suas operações, para dar pronto atendimento aos usuários". De acordo com a assessoria de comunicação do órgão, a agência não dará detalhes desse plano para não tumultuar ainda mais o mercado. A assessoria informou que a diretoria colegiada da Anac estará no Rio de Janeiro na próxima segunda-feira e falará com a imprensa após a declaração da Justiça sobre a proposta apresentada no leilão da Varig. Hoje, a Varig recebeu um duplo golpe. A empresa terá que devolver sete aviões para a Boeing que obteve na Justiça americana o direito de retomar as aeronaves. Segundo a decisão judicial, a companhia aérea tem de entregar imediatamente os aviões da Boeing que estão em operação. As aeronaves que estiverem em manutenção deverão ser entregues até o início de julho. Na prática, a Justiça americana concedeu à Boeing o direito de arrestar os aviões que estão sendo usados pela Varig. Os aviões eram alugados, mas o pagamento estava atrasado. A Boeing desistiu de esperar as negociações no Brasil. O segundo golpe é que a decisão da Justiça norte-americana abre caminho para outras empresas retomarem seus aviões na Justiça americana. Companhias de leasing já haviam apresentado pedido de arresto de aviões ao juiz Robert Drain, da Corte de Falência de Nova York. O juiz havia adiado a decisão para terça-feira, à espera do leilão da empresa. A Boeing obteve o direito de retomar os aviões junto a outra corte. No Brasil Se Vaig pararOntem, o leilão da Varig fracassou na primeira etapa, quando havia um preço mínimo para a venda da empresa, de US$ 860 milhões. Não houve nenhuma proposta. Na segunda etapa, sem preço mínimo, os Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) fizeram a única proposta pela companhia. O valor oferecido foi US$ 449 milhões (R$ 1,010 bilhão), quase metade do valor mínimo. A partir daí, o juiz Roberto Ayoub, da 8a. Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio, tinha 24 horas para analisar a oferta. A decisão ficou adiada para segunda-feira. Isso porque Ayoub intimou os Trabalhadores do Grupo Varig a prestar esclarecimentos sobre a proposta de aquisição da companhia, até às 14h da próxima segunda-feira. Além disso, o juiz recebeu nesta sexta-feira uma proposta para compra da Varig, no valor de US$ 800 milhões, feita pelo Fundo de Investimento Multilong Corporation. O objetivo do requerente é adquirir a operação inteira da Varig, com rotas nacionais e internacionais. De acordo com a proposta, o fundo, cujo representante se chama Michael Breslow, seria 100% brasileiro. Uma das formas de pagamento seria a emissão de debêntures. Eles também solicitaram, na proposta, o financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) no valor total da proposta. O banco havia informado anteriormente que só financiaria dois terços do valor total da aquisição da Varig. A assessoria do Tribunal de Justiça informou que uma das possibilidades seria essa proposta fazer uma parceria, ou uma associação, com o plano já apresentado pelo TGV.

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