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Sebrae lança hoje plataforma grátis para criar loja online

Em parceria com o MercadoLivre, projeto deve impulsionar 3 mil novos negócios virtuais em 12 meses

Por Renato Jakitas
Atualização:

Respaldados pelo crescimento e pelos resultados financeiros dos sites de comércio eletrônico no Brasil, o Sebrae e o Grupo MercadoLivre lançam hoje uma ferramenta para construção de lojas virtuais para micro e pequenos empreendedores. Batizada como Primeiro E-commerce (www.primeiroecommerce.com.br), a plataforma vai permitir que qualquer empresário tire do papel seu projeto virtual, às vezes engavetado pelos custos da operação e também pela falta de conhecimento sobre a área. O acesso e o processo de criação da página virtual são gratuitos. No entanto, a cada venda concretizada serão cobrados 4,99% sobre o valor pago pelo cliente final. O montante é referente aos custos das transações financeiras, que são chancelados pelo MercadoPago, plataforma de pagamento pela internet do MercadoLivre. "A experiência de abrir a loja vai ser mais ou menos como montar um perfil em uma rede social. O tempo de criação vai depender do número de fotos e do tipo de informação que a pessoa vai inserir ali", afirma Helisson Lemos, diretor geral do MercadoLivre no Brasil. "Eu já vi gente, em testes aqui dentro na empresa, montar uma loja dentro do Primeiro E-Commerce em menos de cinco minutos", conta o executivo, que vai oferecer ao empresário quatro modelos de loja e cerca de 200 opções de planos de fundo para a composição da loja online.Segundo Luiz Barretto, presidente do Sebrae, a expectativa é de que nos primeiros 12 meses pelo menos 3 mil negócios tradicionais lancem versões online por meio da plataforma. "Nos últimos anos, esse mercado no Brasil vem crescendo na casa dos 20%, segundo pesquisas que realizamos. O e-commerce registrou R$ 14 bilhões em 2010, chegou a R$ 18,7 bilhões no ano passado e, para 2012, a gente espera R$ 23 bilhões", afirma.Barretto também chama atenção para a necessidade de formular uma estratégia antes da adesão ao Primeiro E-commerce. Para ele, não é qualquer empresa que pode entrar nesse segmento. "É uma ferramenta mais para pequena empresa do que para o microempresário e o empreendedor individual. O empreendedor precisa ter bem claro que se entrar e não for bem-sucedido, pode comprometer a imagem do negócio. Um risco que o pequeno empresário não pode correr", alerta.Além da estrutura para vender, a plataforma oferece um canal de vídeos com informações, capacitação e dicas sobre o setor. "São cursos que explicam o bê-á-bá do comércio eletrônico. De gestão à operação, passando por gerenciamento financeiro, marketing e comunicação", conta Lemos, do MercadoLivre. Processo complicado. O receio de ingressar em um universo que não domina, aliado aos custos envolvidos, foram justamente os motivos que afastaram a empresária Gica Mesiara das vendas na internet. Há dez anos ela deixou uma carreira bem sucedida no mercado financeiro para abrir a Quadro Vivo, empresa especializada em projetos sob medida de jardins verticais, com destaque para os quadros e telas que não emolduram desenhos tradicionais, mas combinações de plantas. Com faturamento em torno de R$ 4 milhões, a empresária idealizou uma série de produtos para serem vendidos exclusivamente na internet, mas não encontrou no canal a motivação para seguir em frente."Achei tudo muito complicado. Tinha de procurar o cara para fazer o site, a empresa para o sistema de pagamento, estabelecer a logística. Resolvi abortar a ideia", lembra.Ao saber da nova plataforma, a empresária diz que analisa reconsiderar a decisão. "Achei a ideia muito boa para o que preciso. A internet pode me dar escala para, por exemplo, uma linha de produtos de bricolagem. Vamos analisar com calma para concluir o que faremos."

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