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Secretário americano diz que EUA podem ajudar na elaboração de modelo de leilão de óleo e gás

Governos brasileiro e americano já conversam para cooperação em energia nuclear

Por Mariana Durão
Atualização:

RIO - Os Estados Unidos estão à disposição do governo brasileiro para ajudar a desenhar um modelo mais atraente para os próximos leilões de óleo e gás, afirmou neste domingo, 2, o secretário de Energia norte-americano, Dan Brouillete, em visita ao Rio para a primeira reunião do Fórum de Energia Brasil-Estados Unidos (USBEF), nesta segunda-feira, 3.

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Embora em um primeiro momento as conversas entre os dois governos para a cooperação em energia estejam focadas no setor nuclear, Brouillete afirmou que a ideia é ampliar esse espectro para áreas como renováveis e óleo e gás. O executivo fez menção específica à falta de interesse das grandes petroleiras internacionais nos últimos leilões do petróleo, em novembro.

"Nós vimos o que aconteceu no último leilão. Nós entendemos claramente por que alguns investidores podem ter evitado (participar). O próprio ministro Bento (ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque) também reconheceu alguns problemas que estavam envolvidos naquele leilão. Estamos prontos para ajudar, caso desejem, no desenho de novos leilões, que possam produzir resultados mais propícios aos desejos do governo", disse, mencionando que essa ajuda poderia ocorrer tanto em nível governamental quanto entre atores do setor privado.

Plataformas de exploração de petróleo na Baía de Guanabara. Foto: Fabio Motta/Estadão - 13/7/2018

Parcerias entre os dois países para a exploração do gás não convencional (shale gas), que em 2020 deverá levar os Estados Unidos pela primeira vez a se tornar exportador líquido de óleo e gás, também estão no radar segundo ele. "Isso revolucionou a produção de energia nos Estados Unidos. O potencial no Brasil é enorme. É importante não só para a economia, mas por questão de segurança nacional", disse.

Brouillete demonstrou surpresa ao saber que o Brasil estaria avaliando ingressar na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Questionado sobre como os Estados Unidos viam essa hipótese, ele afirmou que essa é uma decisão do Brasil, mas que a organização hoje não é mais a mesma que era há 40 anos.