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Secretário da Agricultura espera acordo realista em Doha

Segundo Célio Porto, recentes concessões diminuíram ambição do País com relação às negociações na OMC

Por Fabiola Salvador e da Agência Estado
Atualização:

O secretário de Relações Internacionais do Agronegócio, Célio Porto, do Ministério da Agricultura, que participará da reunião da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC), que será realizada na próxima semana em Genebra, na Suíça, espera um acordo realista, mas menos ambicioso.   "As recentes concessões feitas no terceiro rascunho do documento base sobre agricultura nas negociações da Rodada de Doha diminuíram nossa ambição inicial dos avanços, mas ainda assim, constituem uma base realista para entendimento, desde que haja esclarecimento de cotas, critérios razoáveis de cálculo de consumo sobre produtos sensíveis e se os Estados Unidos (EUA) aceitarem os cortes nos limites de gastos por produto", afirmou.   O secretário participará das discussões, a partir desta segunda-feira, 21. Porto lembrou que na opinião geral dos negociadores é melhor que a Rodada de Doha - ou Rodada do Desenvolvimento, como é conhecida - seja encerrada com um acordo menos ambicioso, por parte da indústria e da agricultura, "do que entrar em compasso de espera que pode durar até três anos".   Os subsídios à exportação e o acesso a mercados são dois pontos que o Brasil considera "sensíveis". Os subsídios clássicos à exportação, utilizados principalmente pelos EUA, terão seus valores reduzidos à metade até 2010 e o restante terá redução, em três parcelas, até a completa eliminação, em 2013. "O corte dos subsídios significa, para o Brasil, a eliminação de riscos futuros. Em uma eventual elevação de preços dos alimentos, os países em desenvolvimento seriam beneficiados com o ganho de novos mercados", disse.   No item "acesso a mercados", a proposta em discussão promoverá um corte médio das tarifas nesta rodada, maior que o da Rodada Uruguai, fórum anterior a Doha. Isso atende aos números esperados pelo G-20, grupo dos maiores países em desenvolvimento, coordenado pelo Brasil. Na proposta, o corte nas tarifas para países desenvolvidos varia entre 48% e 73%, enquanto que para as nações em desenvolvimento, vai de 32% para 49%. O secretário considera esses cortes nas tarifas um ganho imediato para o País. "Nossas exportações ficariam mais competitivas", afirmou.

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