Secretário de Petróleo do Ministério de Minas e Energia pede demissão e vai para inciativa privada

José Mauro Ferreira Coelho deixa o cargo num momento em que o preço dos combustíveis tem sido motivo de tensão no governo; demissão vem após Bolsonaro anunciar benefício a caminhoneiros

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Por Wilian Miron
Atualização:
2 min de leitura

O secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME), José Mauro Ferreira Coelho, deixará o serviço público e assumirá novos desafios na iniciativa privada. A informação foi confirmada na noite desta quinta-feira, 21, pela pasta.

Coelho atuou quatro anos na Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e estava no MME há um ano e meio. Antes de assumir novas funções na iniciativa privada, ele passará por um período de quarentena.

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José Mauro Ferreira Coelho deixa o serviço público para ir para a iniciativa privada Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

Ele deixa o cargo num momento em que o preço dos combustíveis tem sido motivo de tensão no governo, em meio a questionamento de caminhoneiros em relação ao custo do diesel e reflexos nos índices de inflação do País. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio do diesel no País ficou em R$ 4,976 o litro na semana passada.

No sábado, 16, os caminhoneiros declararam estado de greve diante do cenário de alta sucessiva do preço dos combustíveis. Entidades prometeram parar o País a partir de 1.º de novembro caso o Planalto não atenda às reivindicações da categoria, que exigem cumprimento do frete mínimo, aposentaria especial e nova política para o diesel.

Internamente, por sua vez, integrantes do governo encararam a mobilização como mais uma tentativa de greve que não deve se materializar nas estradas.

O pedido de demissão também vem após o presidente Jair Bolsonaro anunciar, nesta quinta-feira, 21 um benefício para caminhoneiros, sem porém, informar a fonte dos recursos. "Números serão apresentados nos próximos dias, vamos atender aos caminhoneiros autônomos. Em torno de 750 mil caminhoneiros receberão ajuda para compensar aumento do diesel", afirmou o presidente durante evento em Sertânia (PE).

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Segundo apurou o Estadão/Broadcast com duas fontes do governo com conhecimento sobre o tema, a ajuda deve ser de R$ 400 a ser paga de dezembro de 2021 a dezembro de 2022. O custo estimado pelo governo com o programa é de cerca de R$ 4 bilhões.

Baixas no Ministério da Economia

Ministério da Economia também informou nesta quinta, os pedidos de exoneração do secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e sua adjunta, Gildenora Dantas. Também pediram para deixar o cargo o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, e seu adjunto, Rafael Araujo.

A debandada dos principais técnicos que assessoravam o ministro Paulo Guedes, vem após a derrota da equipe econômica para a ala política do governo na mudança do teto de gastos para abrir espaço no Orçamento de 2022 para um auxílio de R$ 400. 

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