Publicidade

Secretário que pediu demissão nega envolvimento com fraude

Por Agencia Estado
Atualização:

O secretário-adjunto da Receita Federal, Leonardo de Andrade Couto, deu uma entrevista neste sábado para explicar o seu pedido de demissão do cargo. ?Estou saíndo para presevar a Receita Federal, o Ministério da Fazenda e a Presidência da República?, disse Couto, apontado como uma dos funcionários que estariam interessados em desmoralizar o corregedor-geral do órgão, Moacir Leão, responsável pelas investigações de um grande esquema de fraude na Receita Federal. O pedido de exoneração foi feito por meio de uma carta entregue ao secretário da Receita Jorge Rachid. Como não foi um pedido de demissão, Couto deverá ser encaminhado a outro setor do Fisco até que as investigações sejam concluídas. Couto teve a voz identificada em conversas telefônicas gravadas pela Polícia Federal na investigação da fraude. Segundo Couto, a tentativa de ligar sua conversa com o auditor Flávio Franco Correa com as investigações que estão sendo feitas sobre a quadrilha de fiscais do Rio de Janeiro é ?espúria?. ?Estão falando de coisas distintas, que estão sendo colocadas no mesmo bojo?. O próprio Moacir Leão disse nesse sábado que não poder afirmar se os diálogos gravados pela Polícia Federal têm relação com esse investigação. E ressaltou que as investigações envolvendo o secretário-adjunto não estão conectadas com o escândalo dos fiscais do Rio de Janeiro. O secretário exonerado se diz indignado com o fato de suas ligações terem sido gravadas e repassadas à imprensa. ?Qual é o motivo que levou à quebra de meu sigílo telefônico ? E havendo ou não motivação, como um gravação protegida por sigilo de investigação chega à imprensa??. No entender de Couto, algumas pessoas cujos nomes não quis dizer, dentro da própria Receita podem estar interessadas em desestabilizar a cúpula do órgão. A saída do auditor é mais um capítulo da disputa política que envolve diversos setores da Receita, e que teve seu início a partir das investigações que Moacir Leão tem conduzido, desde fevereiro, sobre suspeita de enriquecimento ilícito de funcionários de alto escalão do Fisco.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.