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Segundo Bolívia, preço com Argentina já está acertado

País já teria negociado as condições futuras para aquisição de gás boliviano; anúncio segue negociações que vinham acontecendo há semanas

Por Agencia Estado
Atualização:

O embaixador da Bolívia na capital argentina, Roger Ortiz Mercado, declarou que o futuro preço do gás que seu país vende à Argentina já está acertado. Segundo ele, o acordo será assinado daqui a uma semana e meia. Ortiz Mercado sustentou que o preço a ser fixado é "tal como esse que está sendo falado pela imprensa" argentina, ou seja, ao redor de US$ 5,00 o milhão de BTU (unidade de medida do gás). Em declarações ao jornal "Clarín", o principal do país, o diplomata explicou que o valor estará entre "US$ 5,00 ou US$ 5,50....por aí estarão os preços". O governo argentino mantém silêncio sobre o assunto, sequer confirmando ou desmentindo as afirmações do embaixador boliviano. Atualmente, a Argentina paga quase US$ 3,20 o milhão de BTU. A Argentina estava tentando conseguir um acordo com a Bolívia há várias semanas. Uma primeira missão enviada à La Paz pelo governo do presidente Néstor Kirchner, comandada pelo Secretário de Energia, Daniel Cameron, terminou em fracasso. Outra missão está a ponto de partir para a capital boliviana, liderada pelo poderoso Ministro do Planejamento Federal, Julio De Vido, para fechar o acordo. O plano argentino é fechar um acordo de vários anos de duração, ao contrário do governo boliviano, que pretende assinar um trato com duração somente até fins deste ano. Segundo Ortiz Mercado, o Brasil "não" terá um gás mais barato do que a Argentina: "não. Os acordos serão idênticos na medida em que essa realidade mande. Não podemos ter acordos diferentes. Ambos países merecem nosso maior respeito e o maior carinho da Bolívia". A dependência da Argentina em relação à Bolívia é menor que a brasileira, pois somente 5% do gás consumido pelos argentinos provém das jazidas bolivianas. Nos últimos anos, a Argentina importou gás boliviano para driblar a crise energética que ameaça o país. Além disso, o reaquecimento da economia argentina implicou em uma demanda crescente de gás que as atuais reservas no país não conseguem abastecer. O diplomata boliviano também disse que seu presidente, Evo Morales, viajaria à Buenos Aires em uma data ainda a determinar entre os dias 10 e 15 de junho. Será a primeira visita de Estado que Morales realizaria.

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