BRASÍLIA- Fonte do governo disse ao Estado que a imposição de taxas antidumping provisórias de18,8% e 38,4% sobre o frango brasileiro foi recebida com muita preocupação, pois tem “pouca consistência do ponto de vista técnico”. Os principais elementos que justificariam a adoção de uma medida antidumping estão ausentes, afirmou.
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Por exemplo: as exportações de frango do Brasil não prejudicaram as empresas concorrentes locais. E, para justificar um direito antidumping, é necessário demonstrar dano ao mercado local. Pelo contrário, as empresas chinesas cresceram, aumentaram sua capacidade instalada, elevaram sua lucratividade e até subiram o preço do frango comercializado no mercado interno.
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Esse argumento foi levado à China em recentes visitas dos ministros Aloysio Nunes (Relações Exteriores), Blairo Maggi (Agricultura) e Marcos Jorge (Indústria, Comércio Exterior e Serviços). Também foi formalizado em documento do governo brasileiro. Mesmo assim, o antidumping provisório foi autorizado.
Agora, o governo e as associações exportadoras de frango vão redobrar o trabalho para demonstrar, ao longo da investigação, que o dumping não se justifica.
A fonte do governo negou que a medida contra o frango seja alguma espécie de represália à sobretaxa antidumping decidida pelo Brasil contra o aço da China no início deste ano. Pelo contrário, disse ela, a condução do processo foi elogiado pelas autoridades chinesas.
As vendas de frango do Brasil para a China totalizaram US$ 1,05 bilhão em 2016, o último ano que consta das investigações. No ano passado as exportações recuaram para US$ 800 milhões.