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Seguro de pessoas acelera crescimento e avança 20,5% no semestre

Segmento, que engloba seguro de vida, educacional e outros, arrecadou R$ 12,7 bilhões no período, segundo a FenaPrevi; seguro viagem foi o que mais cresceu 

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Por Aline Bronzati (Broadcast)
Atualização:

SÃO PAULO - O baixo índice de desemprego e melhor distribuição de renda entre os brasileiros possibilitaram ao mercado de seguros de pessoas acelerar o ritmo de crescimento no primeiro semestre a despeito da expansão econômica. O segmento, que engloba seguro de vida, educacional e outros, arrecadou R$ 12,7 bilhões no período, montante 20,48% maior que o arrecadado na primeira metade de 2012, segundo dados de Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), obtidos com exclusividade pelo Broadcast. De janeiro a junho, as seguradoras pagaram R$ 2,9 bilhões em indenizações aos clientes. A cifra é 5,01% maior que a registrada em igual intervalo do ano passado. "O crescimento do mercado de seguros no primeiro semestre destoa um pouco das informações que temos sobre crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), mas de certa forma está muito relacionado à questão da empregabilidade e à melhor distribuição de renda", justifica Osvaldo do Nascimento, presidente da FenaPrevi e diretor superintendente da Itaú Vida e Previdência, em entrevista ao Broadcast. Contribui ainda, segundo ele, o maior conhecimento por parte da população. O seguro viagem, por exemplo, embora não tenha um volume de prêmios expressivo obteve o maior crescimento no semestre. Com coberturas que protegem o seguro em casos de morte e invalidez decorrente de acidentes extravio ou perda de bagagens, despesas hospitalares e médicas, a modalidade cresceu quase 69% em um ano. Nascimento credita o desempenho ao fato de os turistas passarem a identificar riscos em suas viagens no Brasil ou no exterior. Em termos de participação no semestre, porém, o destaque continuou sendo o seguro de vida. As arrecadações de prêmios por parte das seguradoras cresceram 18,7% de janeiro a junho ante igual intervalo de 2012, alcançando R$ 5,5 bilhões. Em seguida, vieram as apólices de acidentes pessoais com expansão de 11,27% e R$ 2,3 bilhões em prêmios, na mesma base de comparação. Considerada uma das principais preocupações quando o assunto é seguro, de acordo com Nascimento, o auxílio funeral, que prevê cobertura, em caso de falecimento, das despesas com sepultamento, avançou 59,62% no primeiro semestre ante um ano, para R$ 126,7 milhões. Já o seguro prestamista, destinado a garantir a quitação de uma dívida no caso de morte ou invalidez ou até mesmo desemprego involuntário do segurado, teve arrecadação 33,15% maior, num total de R$ 3,5 bilhões. "Quanto mais as pessoas têm acesso a bens de consumo, principalmente, através do crédito, percebem que se eventualmente acontecer algum incidente terão de pagar o financiamento que fizeram para adquirir tal bem e que há uma exposição de risco: perda do emprego, falecimento ou invalidez", observa Nascimento. Para o segundo semestre, o especialista diz que, mesmo diante de revisões na expectativa de crescimento da economia brasileira, o setor de seguro de pessoas deve manter o ritmo de expansão em meio à baixa penetração do setor. O seguro de vida, conforme o presidente da FenaPrevi, representa apenas 4% do PIB, fatia menor da vista em países desenvolvidos. Sob a dimensão de prêmios, Nascimento acredita que no segundo semestre os seguros com maior representatividade, como vida e acidentes pessoais, que representam mais da metade da indústria, tendem a continuar sendo destaque. Em termos de crescimento, o setor deve ser puxado pelo seguro prestamista. "Não vejo arrefecimento deste produto mesmo com um crescimento menor do crédito", diz Nascimento, acrescentando que o câmbio alto deve impactar na demanda por seguros para viagens internacionais, mas que o fato de os turistas já terem a cultura de contratá-lo deve estimular a aquisição de proteções no mercado doméstico.Ranking O ranking das seguradoras mais atuantes em seguros de pessoas no primeiro semestre não teve grandes alterações quando comparado a um ano. O Grupo BB Mapfre permaneceu na liderança do segmento, com participação de 19,60%. Em seguida, vieram a Bradesco Seguros com 16,30% e o Itaú Unibanco com 12,55%. Enquanto Zurich Santander Brasil se manteve na quarta colocação, com fatia de 11,40%, o Grupo Caixa conseguiu galgar duas posições ao alcançar representatividade de 5,10% no seguro de pessoas. O ranking considera, de acordo com a FenaPrevi, as respectivas holdings.

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