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Selic estável ainda não é unanimidade

Apostas para a próxima reunião do Copom devem continuar divididas

Por João Caminoto
Atualização:

O Relatório Trimestral de Inflação divulgado ontem pelo Banco Central (BC) provocou reações diversas entre os analistas econômicos, com alguns encontrando no documento sinais de uma pausa na taxa Selic em outubro, mas outros não. Ou seja, as apostas para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) devem continuar divididas. ''''A mensagem geral do relatório não foi diferente daquela contida na ata, no sentido que o balanço de riscos requer uma estratégia mais conservadora daqui em diante'''', disse Nuno Câmara, economista-sênior do Dresdner Kleinwort. Entretanto, segundo o analista, a perspectiva para a inflação, que foi muito mais detalhada do que na ata, não trouxe grandes surpresas. ''''Na nossa opinião, uma pausa no ciclo de relaxamento monetário virá, e logo, mas não em outubro.'''' Zeina Latif, economista-chefe do ABN-Amro no Brasil, interpretou o documento como um sinal de pausa na Selic. ''''Independentemente das previsões de inflação ainda bem contidas, na verdade abaixo de nossas expectativas, o relatório jogou uma luz sobre a visão do BC sobre os riscos inflacionários e sinalizou um pausa na reunião do Copom de 17 de outubro'''', disse Latif. ''''Na nossa opinião, a linguagem do documento e a avaliação apresentada mostraram um BC ainda mais conservador do que na última ata do Copom. Se há qualquer sinal nele, não temos dúvida que seria por uma pausa, em vez de uma rodada adicional de redução da Selic em outubro'''', afirmou a economista. Flavia Cattan-Naslausky, economista do Royal Bank of Scotland, disse que o tom do relatório está alinhado com o da última ata, ou seja, mais conservador. ''''No geral, o relatório favorece uma pausa em outubro, embora as previsões do mercado estejam divididas entre manutenção e outro corte de 0,25 ponto percentual na Selic'''', disse Flávia. ''''No atual estágio, a decisão de cortar a taxa de juros em outubro provavelmente prejudicaria a credibilidade do BC, como também sua capacidade de dar sinalizações ao mercado seria questionada.''''

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