PUBLICIDADE

Selic estável: veja como fica seu investimento

A Selic foi mantida em 19% ao ano. O momento ainda é muito instável e o investidor que não quiser correr riscos deve atrelar seus recursos às taxas de juros. Bolsa e dólar estão entre os investimentos de maior risco.

Por Agencia Estado
Atualização:

A manutenção da Selic, a taxa básica referencial de juros, em 19% ao ano, não surpreendeu os analistas. A reação do mercado à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) será conhecida amanhã, já que o resultado só foi divulgado após o fechamento dos negócios. Mas, como a manutenção dos juros já era prevista, não se espera que tenha muito peso nos negócios. As atuais taxas são elevadas, e o cenário ainda é muito instável, especialmente em função dos desdobramentos da crise argentina. Assim, a estratégia mais recomendada é que o investidor aplique seus recursos em fundos corrigidos por juros, como os DI e prefixados, que garantem bom rendimento e segurança. O governo brasileiro anunciou medidas preventivas para evitar a contaminação da economia brasileira por um eventual desfecho traumático da crise no país vizinho. Com isso, acontecendo o colapso, os efeitos devem ser breves e assim que ele ocorrer, o mercado de ações deve começar a se recuperar. Para quem tem grande tolerância a risco, essa pode ser uma chance de conseguir boa rentabilidade. Fundos DI e prefixados Para quem tem recursos novos para investir e prefere não ficar exposto ao risco, os analistas são unânimes em afirmar que os fundos referenciados DI - pós-fixados - são a melhor opção, pois a possibilidade de prejuízo é praticamente nula. Como o DI acompanha as flutuações dos juros, eles acabam sendo a opção mais segura. Recursos novos com prazo de investimento de até seis meses exigem que o investidor adote uma postura conservadora, pois as incertezas são muitas e a possibilidade de perdas em aplicações que oferecem risco é muito grande. Em sua maior parte, a carteira dos fundos referenciados DI é formada por títulos públicos que acompanham as taxas de juros negociadas no mercado interbancário. Ou seja, mesmo que as taxas subam ainda mais em função de um agravamento da crise energética ou por uma piora da situação na Argentina, o investidor estará protegido. A tendência para a taxa Selic nos próximos meses vai depender da situação argentina. Em um cenário positivo no exterior, com o controle da inflação internamente, os juros podem cair. Neste caso, o rendimento dos fundos prefixados pode superar o de fundos referenciados DI, mas isso vai depender da composição da carteira e da duração dos papéis que compõem o investimento. Já em um cenário negativo, os juros podem subir ainda mais e, neste caso, os fundos DI terão ganho maior. Em qualquer uma destas opções, a rentabilidade será boa, pois os juros estão muito elevados. Ações apresentam risco A crise do racionamento de energia, que deve provocar uma redução na produção das empresas e queda no lucro das companhias, já provocou uma redução no preço das ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Com essas incertezas e ainda o desenrolar da crise argentina, os analistas já reduziram suas projeções de ganho em renda variável. Para quem tem recursos novos, o ideal é aguardar uma melhora do cenário para direcionar os recursos para Bolsa. Porém, as medidas anunciadas pelo governo brasileiro para proteger a economia no caso de um colapso argentino agradaram o mercado. Se vier o tão esperado colapso, os efeitos no País podem ser breves e limitados, com uma recuperação rápida dos preços das ações. Esse seria o momento para investir e arriscar para conseguir uma boa rentabilidade. A recomendação dos analistas é que o investidor que quiser formar uma poupança de longo prazo deve separar uma parcela de seus recursos para renda variável, destacando os preços muito baixos depois de meses seguidos de queda do Ibovespa (Índice da Bolsa de Valores de São Paulo). Mas, a recomendação tradicional ainda vale: o investimento em ações não pode ter prazo fixo para saque. Deve-se esperar o tempo que for necessário para que a aplicação acumule altas e ofereça uma rentabilidade diferenciada para então embolsar o ganho, mesmo que isso demore anos. Dólar e fundos cambiais só em casos especiais A forte alta do dólar vem provocando ganhos expressivos nas carteiras dos fundos cambiais. Mesmo com a elevação da taxa Selic, não é possível prever se a escalada do dólar chegou ao fim, especialmente dadas as incertezas quanto à situação argentina. Assim, o risco de aplicações baseadas na moeda norte-americana é muito grande, e só deve ser assumido por investidores de perfil muito agressivo. Segundo os analistas, para quem tem dívidas em dólar ou está poupando para uma viagem ao exterior, comprar moeda norte-americana é uma opção viável, mesmo com as cotações em patamares muito elevados. Isso porque não há nenhuma certeza de que elas não possam subir ainda mais. Neste caso, a operação é de proteção contra eventuais altas futuras do dólar. Para quem vai colocar recursos em fundos cambiais com este objetivo, vale destacar que o ganho é diminuído pela incidência da alíquota de 20% sobre a valorização das cotas em reais.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.