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Selic mantida: veja como fica seu investimento

O BC confirma postura conservadora e mantém a Selic estável em 18,5% ao ano. Para o investidor que não quer correr riscos, os fundos DI são a melhor opção. Para quem busca diversificação, Bolsa e fundos cambiais. Mas o momento de incertezas ainda sugere cautela ao investidor.

Por Agencia Estado
Atualização:

A reação dos mercados à manutenção da Selic, a taxa básica de juros da economia, em 18,5% ao ano, será conhecida somente amanhã, já que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) foi anunciada após o fechamento dos negócios. É possível que haja alguma reação negativa, dado que parte dos analistas apostava em redução da Selic. Além disso, nos negócios entre investidores, as taxas sinalizavam a expectativa de queda - hoje os contratos de DI futuro com vencimento em maio negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) pagavam juros de 18,280% ao ano. Para os investidores, a decisão do Copom não altera as recomendações para os investimentos. Quem busca segurança nas aplicações e, portanto, não tem tolerância ao risco pode direcionar seus recursos para os fundos referenciados DI (pós-fixados). "Essas carteiras devem apresentar um ganho muito próximo ao dos fundos de renda fixa prefixada, já que as taxas futuras estão quase no mesmo patamar que a taxas negociadas no mercado à vista. Com isso, o risco de assumir uma posição com juros prefixados não valeria a pena. O espaço para ganho é muito limitado", afirma o estrategista-chefe da HSBC Investment Bank, Dawber Gontijo. Regra geral, um recuo das taxas de juros traz vantagens para a aplicação em renda fixa prefixada. Porém, no caso dos fundos prefixados, o ganho depende da composição dos papéis que formam a carteira. Além disso, quem entra agora em fundo prefixado não obterá o mesmo rendimento conquistado por um investidor que já estava com recursos alocados na carteira. Isso porque os gestores corrigem diariamente o valor dos títulos pelas taxas negociadas no mercado financeiro. Como a queda dos juros vinha sendo antecipada nos negócios, o valor das cotas dos fundos já vinha sendo corrigida, resultando em rendimentos maiores para quem estava em fundos de renda fixa prefixada. Novamente, vale lembrar que este resultado depende muito dos papéis que compõem as carteiras. Para quem aceita correr riscos, é hora de diversificar Investidores que têm uma tolerância maior ao risco e não têm uma data definida para resgate podem diversificar suas aplicações. De acordo com o diretor de fundos do BNL Asset Management, Claudio Lellis, uma opção interessante para quem tem este objetivo é a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). "A instabilidade vai estar presente no mercado acionário nos próximos meses, mas o investidor tolerante ao risco pode obter ganhos expressivos neste mercado. A Bolsa vem caindo há mais de dois meses e, com um cenário político mais claro, o preço das ações pode se recuperar", afirma o executivo. Outra opção de diversificação neste momento, segundo Lellis, são os fundos cambiais, que pagam uma taxa de juros prefixada mais a variação do dólar. "Com as cotações da moeda norte-americana em patamares baixos, as chances de ganhar são boas. Porém, o investidor deve estar preparado para oscilações e, em alguns casos, para perdas efetivamente", declara. Gontijo também concorda com a recomendação. Segundo ele, o dólar tem mais chances de subir do que de cair e, mesmo que recue, a queda deve ser pequena. Lellis prevê que a moeda norte-americana seja negociada no final do ano em um patamar em torno de R$ 2,55. Hoje o dólar comercial fechou cotado a R$ 2,3240. Momento de incertezas sugere cautela O estrategista-chefe do JP Morgan, Luiz Fernando Lopes, avalia que mesmo o investidor mais tolerante ao risco e que tem o objetivo de diversificar suas aplicações deve ter cautela neste momento. Segundo ele, há muitas incertezas no cenário - conflitos no Oriente Médio, comportamento da inflação e, principalmente, o quadro político. "Uma aposta mais arriscada deveria ser adiada para depois das eleições, quando o cenário macroeconômico deve ficar mais claro", afirma. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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