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Selic não deve cair, prevê Rosenberg

Por Agencia Estado
Atualização:

Apesar de defender uma queda de pelo menos 0,25% na reunião de hoje do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), o economista Luiz Paulo Rosenberg, diretor da Rosenberg Associados, acredita que a autoridade monetária deverá adotar uma atitude conservadora, com o dia terminando com a taxa básica de juros (a Selic) nos atuais 16% ao ano. Entrevistado no programa Conta Corrente, da Globo News, ele considerou que o País está vivendo um falso dilema na questão dos juros, o que moverá a decisão dos membros do Copom. Ao defender uma redução de 0,25%, Rosenberg explicou que tal percentual, embora pequeno, faz todo o sentido em termos políticos. "Dá um sinal favorável, sem que nada de aperto produzido pelos juros seja perdido. Amanhã (hoje) à tarde, nós continuaremos tendo uma taxa de juros intolerável." Superávit primário Para Rosenberg, na condução da política econômica, o relevante não é o superávit primário (receita menos despesa, sem considerar os gastos com juros), mas sim o superávit operacional nominal, ou seja, o total líquido de despesas. "Suponha, como a maioria dos economistas do mundo inteiro supõe, que não seja necessária essa taxa de juros real. Então, você tem condições de baixar mais os juros e, com isso, dinamizar a economia, gerar impostos e, conseqüentemente, atender (as idéias) do Veloso (economista Raul Veloso) e escutar o Pastore (economista Affonso Celso Pastore). Petróleo Rosenberg se confessou preocupado com a forte elevação nos preços do petróleo, pois afeta a inflação nos países principais países, além de provocar aumento nas taxas de juros externas. Ele defendeu um aumento nos preços da Petrobras, considerando-os nitidamente defasados. "Nós podemos discutir se essa defasagem é de 10%, 15% ou 20%. E não vai haver uma queda no preço do petróleo a curto prazo, abaixo de 30 ou 35 dólares (o barril). Conseqüentemente, não tem problema nenhum de subir ou baixar. Ficar insistindo nisso (a Petrobras mantendo os preços atuais) é simplesmente uma concessão política, que sacrifica a saúde e, portanto, a capacidade de investimento da empresa mais importante do País."

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