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Selic pode chegar a 19,7% no final do ano, dizem bancos

Por Agencia Estado
Atualização:

A primeira coletânea de projeções macroeconômicas feita pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o ano mostra que bancos e consultorias financeiras estão otimistas quanto à evolução da taxa Selic. Apesar da possibilidade de nova elevação dos juros na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de semana que vem, as instituições acreditam que a taxa poderá encerrar o ano em 19,7%, 5,8 pontos porcentuais abaixo da atual (25,5%). Segundo as instituições que participaram da coletânea, o câmbio e a inflação mais baixa no segundo semestre deverão favorecer a queda dos juros básicos, além da expectativa de uma solução rápida para uma guerra entre Estados Unidos e Iraque. "Não esperamos recuo dos juros no primeiro semestre", disse Eduardo Freitas, economista do Unibanco, citando que a inflação corre o risco de permanecer em patamar elevado até meados de 2003. "Acho que até maio ou junho não deve haver movimento de redução da taxa de juros", afirma o diretor da Rosemberg & Associados, Dirceu Bezerra Junior. Enquanto o Unibanco projeta a taxa Selic em 20% para dezembro, a Rosemberg aposta em 19,6%. Bezerra Junior explica que o cenário da Rosemberg leva em conta uma "guerra rápida, de dois a três meses, sem seqüelas", depois da qual o preço do barril do petróleo cairia para algo entre US$ 20 e US$ 25. O diretor da Rosemberg reconhece que a guerra pressionaria momentaneamente o preço do petróleo, aumentaria a aversão internacional ao risco e elevaria o câmbio no País. Mas depois de um avanço nas cotações do dólar durante o conflito, o câmbio recuaria. Com inflação menor e avanço nas reformas internas, redução do risco País e maior entrada de dólares no Brasil, haveria maior espaço para a queda dos juros nos últimos seis meses do ano. Para o economista do Unibanco, a inflação acumulada em doze meses deverá permanecer elevada até julho, pouco acima de 14% ou 15%, mas cairia para uma faixa entre 10% e 12% de janeiro a dezembro. Em paralelo, o dólar encerraria o ano em torno de R$ 3,50. Além do Unibanco e da Rosemberg, foram colhidas as projeções do CSFB Garantia, Fator, Ibre/FGV e Macrométrica. As projeções apontam para crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,2% em 2003. A gerente da área de planejamento do BNDES, Ana Cláudia Além, analisa que o ajuste da meta de inflação de 8,5% para o ano pode ter sinalizado aos bancos uma possível flexibilização das taxas de juros no futuro. A economista reconhece que ainda é cedo para cravar como se dará a evolução da economia do País. "A primeira coletânea de projeções às vezes é muito otimista, mas as coisas podem mudar durante o ano. Vamos aguardar o que pode acontecer", disse.

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