Publicidade

Selic reduziu receita de bancos

Analistas acreditam que que os ganhos com intermediação financeira irão recuar por conta de uma menor rentabilidade dos títulos públicos devido à queda ocorrida na taxa Selic.

Por Agencia Estado
Atualização:

Os analistas esperam receitas menores dos bancos neste terceiro trimestre, por conta da queda na taxa de juros básica referencial da economia, a Selic. Mário Palhares, da BES Securities, explicou que os ganhos das instituições financeira irão recuar por conta de juros menores da renda fixa, pois ela ainda integra boa parte da carteira de ativos das instituições. Ele lembrou que, entre junho e julho, a Selic caiu de 18,5% ao ano para os atuais 16,5% ao ano. Palhares observou, no entanto, que a expansão da carteira de crédito e a redução de provisões devem compensar em parte esse efeito. Na avaliação do analista, os próximos meses serão favoráveis para o aumento na concessão de crédito, dado o cenário de juros menores e déficit público dentro do previsto. Com isso, o governo deixa de absorver recursos do mercado financeiro, fazendo com que sobre mais crédito para o tomador privado. Para Pedro Guimarães, analista do Santander, o resultado operacional dos bancos irá cair no terceiro trimestre, tanto em relação ao ano passado quanto ao início de 2000. Ele também destacou a queda de rendimento dos títulos públicos, em função dos juros menores, mas não acredita em expansão relevante nas operações de crédito. Segundo o analista, as receitas com seguros e capitalização ainda não conseguiram compensar o menor rendimento dos papéis do governo. Outra observação é quanto ao "fator Banespa", que estaria freando as políticas de crédito, com os bancos reservando recursos para o leilão de privatização, dada a volta da expectativa de que ele poderá ocorrer. Na opinião de Guimarães, os frutos de um maior volume de crédito devem surgir entre 2001 e 2002. "Ainda falta uma redução maior de juros e compulsórios", comentou. Após isso, afirmou, são esperados "resultados fortes" para o setor.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.