Publicidade

Selic sobe: veja como fica seu investimento

A Selic foi elevada para 16,25% ao ano. O momento é muito instável e o investidor que não quiser correr riscos deve atrelar seus recursos às taxas de juros. A Bolsa tem papéis baratos, mas são indicados apenas para investimentos de longo prazo.

Por Agencia Estado
Atualização:

A elevação da Selic, a taxa básica referencial de juros, em 0,5 ponto porcentual para 16,25% ao ano não surpreendeu os mercados. A reação dos investidores à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) será conhecida amanhã, já que o resultado só foi divulgado após o fechamento dos negócios. Analistas consideram, no entanto, que a tendência de longo prazo para os mercados está mais vinculada aos rumos da economia argentina e à extensão da crise política interna do que, efetivamente, à decisão do Comitê. Como em ambos os casos os cenários ainda são incertos, os analistas recomendam cautela na hora de investir. Fundos DI e prefixados Para quem busca segurança em suas aplicações, o investimento nos fundos de renda fixa pós-fixados (DI) é o mais indicado, pois acompanha a evolução dos juros. Nesse caso, mesmo que as taxas subam em função de um agravamento da situação na Argentina ou na política interna, o investidor estará protegido. Ao contrário dos fundos de renda fixa DI que não oferecem risco, os fundos prefixados podem provocar perdas para o investidor, principalmente se não há uma tendência de queda para as taxas de juros, cenário que se confirma hoje. Na comparação entre os dois fundos - prefixados e DI -, os prefixados podem apresentar um ganho superior em um período mais longo. Mas o investidor estará assumindo um risco por isso. Isso porque, no momento do resgate da aplicação, os juros podem estar mais altos do que à época da aplicação e, nesse caso, o valor da cota não incorpora rentabilidade e, ao contrário, perde valor, o que provoca perdas. Mas, para quem já está com os recursos aplicados nessa modalidade de fundo, o melhor é aguardar por uma retomada da tendência de queda de juros, pois, sacando agora, incorporará prejuízos ao seus recursos. Mercado de ações apresenta papéis baratos e risco maior Os papéis na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) vêm acumulando quedas, tornando-se atraentes para o investidor mais ambicioso que estiver mais disposto a correr riscos. Especialmente com a instabilidade do cenário, as oscilações devem manter-se altas, elevando o risco. A recomendação que sempre prevalece é que o investimento em ações não pode ter prazo fixo para saque. Deve-se esperar o tempo que for necessário para que a aplicação acumule altas e ofereça uma rentabilidade diferenciada para então embolsar o ganho, mesmo que isso demore anos. Dólar e fundos cambiais só em casos especiais A forte alta do dólar vem provocando ganhos expressivos nas carteiras dos fundos cambiais. Mas os analistas consideram que o dólar em patamares tão elevados não é sustentável e, por isso, o espaço para ganhos com esse tipo de aplicação é muito pequeno. Os analistas recomendam os fundos cambiais apenas para quem tem dívidas em dólar ou está poupando para uma viagem ao exterior, pois, nesse caso, a operação é de hedge, ou seja, proteção contra a alta do dólar. Mesmo assim, para o pequeno poupador, a tributação dos fundos cambiais pode inviabilizar a operação. Especialmente agora, a tendência mais provável, ao menos teoricamente, é de queda do dólar (leia mais a respeito em link abaixo).

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.