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Sem acordo rápido, Santos pode ser liquidado, diz advogado

Por Agencia Estado
Atualização:

O advogado dos controladores do banco Santos, Sérgio Bermudes, afirmou hoje que "se não houver um acordo rápido com os credores, o Banco Central poderá decretar a liquidação" da instituição. Para ele, há a "necessidade de compreensão geral" de todas as partes envolvidas, para que seja obtida uma solução que não implique no fechamento das portas do banco. "Temos conversado com o interventor, senhor Vânio Aguiar, um homem cioso de suas atribuições, que tem colaborado para que ocorra o melhor para a instituição", comentou. Sérgio Bermudes e seu sócio, Ricardo Tepedino, estão em São Paulo e vão se reunir em poucos minutos com o sócio da consultoria Valora, Carlos Eduardo de Freitas, ex-diretor do Banco Central, empresa contratada pelo Banco Santos para viabilizar um acordo com os credores. "Só posso dizer que vamos tratar de questões relacionadas ao banco", comentou Bermudes. No dia 29 de dezembro, o Banco Santos apresentou aos credores um plano de recuperação. A proposta seguiu o modelo das reestruturação de empresas em crise e foi elaborada com a assessoria da Valora. De acordo com comunicado publicado nos jornais, a controladora do Banco Santos, Procid Participações e Negócios, afirmou que o plano tinha duas fases. Na primeira, pretendia-se realizar a transição do Regime de Intervenção para um outro regime especial, sob o qual o banco pode retomar suas atividades. "Com isso, poderá ser evitada a deterioração empresarial decorrente de paralisação das operações, ganhando-se o tempo necessário à estruturação e à negociação, com os diversos credores, do projeto de capitalização e reescalonamento das aplicações e investimentos feitos junto ao banco", informou o comunicado. A proposta, em linhas gerais, implica numa espécie de moratória junto aos credores por seis meses. Sérgio Bermudes confirmou que os credores externos do banco Santos não receberam o pagamento de dívidas vencidas desde 12 de novembro, quando o BC determinou a intervenção e nomeou Vânio Aguiar para conduzi-la. "Isto é um fato, pois a administração da instituição está sendo realizada desde aquela data pelo Banco Central", afirmou.

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