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Sem ajuste, Brasil está próximo de perder o grau de investimento, afirma Joaquim Levy

Em audiência na Câmara dos Deputados, ministro da Fazenda ponderou que risco do País perder grau de investimento é menor hoje, mas reforçou necessidade de aprovação do ajuste fiscal

Foto do author Lorenna Rodrigues
Por Lorenna Rodrigues (Broadcast) e Anne Warth
Atualização:
Joaquim Levy em reunião conjunta das Comissões de Finanças e Tributação, de Desenvolvimento Econômico e de Trabalho da Câmara dos Deputados Foto: André Dusek/Estadão

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, reforçou sua defesa ao ajuste fiscal nesta quarta-feira, 29, junto a deputados. "O Brasil está mais próximo do grau especulativo do que do grau de investimento. O risco de perder o investment grade hoje é muito menor do que quando cheguei a Brasília, mas, se não fizer o ajuste, volta o risco", declarou Levy.

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O ministro da Fazenda participa de audiência nas Comissões de Finanças e Tributação, de Desenvolvimento Econômico e de Trabalho da Câmara dos Deputados.

Levy disse que o cumprimento da meta de superávit primário de 1,2% do PIB será um esforço grande, mas será alcançado. O superávit primário é a economia que o governo faz para que sobre recursos para pagar os juros da dívida pública. "Precisamos que as medidas de ajuste sejam aprovadas para cumprir a meta", afirmou o ministro.

O ministro disse ainda que o esforço fiscal do País é importante, mas não é coisa "desmesurada". Para ele, é preciso disciplinar os gastos da União e também de Estados e municípios, além de estabilizar e reduzir a dívida pública.

Segundo Levy, a maior parte das medidas adotadas até agora não foi feita com objetivo apenas arrecadatório, mas para melhorar a economia e o ambiente de negócios. "Quando vencermos a primeira etapa do ajuste, temos que melhorar o PIS/Cofins e diminuir o resíduo tributário", completou.

Levy disse só mudanças como as restrições na concessão de seguro-desemprego e abono salarial não serão suficientes para garantir arrecadação maior. "Temos que fazer reequilíbrios em vários setores. O governo está cortando na carne e reduzindo despesas", afirmou o ministro.

Na avaliação do ministro, as mudanças feitas pelo governo foram onde havia excessos, sem tirar direitos do trabalhador.

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Crescimento do País. Levy reiterou que as políticas adotadas pelo governo neste ano têm o objetivo de recuperar a confiança dos investidores. "Enquanto o governo não deu essa linha, no fim do ano passado, vimos as receitas caindo, o PIB caindo, por isso ainda estamos nos ressentindo disso", afirmou. "O PIB não vai cair por causa do ajuste fiscal. Temos que fazê-lo e concluí-lo rapidamente para o PIB poder voltar a crescer."

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