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Sem geradores, Galeão fica no escuro

Por Glauber Gonçalves , Fernanda Nunes e RIO
Atualização:

Alvo de preocupação do governo por causa de suas deficiências, os setores aeroportuário e elétrico geraram transtornos na noite de quarta-feira no Rio. Uma sobrecarga em um equipamento da subestação do aeroporto internacional do Galeão deixou o local sem energia. No total, 19 voos atrasaram. O problema afetou a rede da distribuidora Light, cortando o abastecimento a consumidores da Ilha do Governador, onde está o Galeão. No mesmo dia, o sistema de ar-condicionado do Santos Dumont, na Zona Sul da cidade, parou de funcionar, enquanto o Rio registrava temperatura recorde: 42,3° C. Segundo a Infraero, o problema foi ocasionado por falha no gerador que alimenta o sistema de condicionadores de ar. A estatal diz que providenciou imediatamente a manutenção do equipamento, mas quem passou por lá ontem continuou sofrendo com o calor. Para aguentar as altas temperaturas, passageiros recorreram a folhas de papel para se abanar. Nos guichês de check-in, funcionários das companhias aéreas trabalhavam com ventilador ligado. "Isso aqui está uma calamidade", disse o pedreiro Wantuil Gomes Xavier, de 65 anos, enquanto enxugava o suor com uma toalha. Após aturar o calor, ele descobriu que o voo fora cancelado. A professora Rosa Luna, de 57 anos, chegou mais cedo ao aeroporto para se refugiar no ar-condicionado, mas o jeito foi abrir o leque para suportar o desconforto. "Está muito quente. Não há muita diferença (em relação à temperatura exterior)", disse. A falha que deixou passageiros no escuro no Galeão desagradou o governador do Rio, Sérgio Cabral, e a presidente Dilma. Entusiasta da privatização do aeroporto, Cabral criticou ontem a falta de solução imediata para a queda da energia, durante um evento no Palácio Guanabara. "Você tinha de ter uma estrutura reserva, com geradores de última geração, que fosse capaz de responder imediatamente a uma queda de energia. Infelizmente não tinha. A presidente tomou decisão certa de licitar", disse sobre o plano de concessão do Galeão anunciado na semana passada. Em Brasília, Dilma disse que "o sistema elétrico do Galeão inteiro terá de ser trocado". A Infraero diz que, em agosto, iniciou um conjunto de obras no terminal 1, que inclui a instalação de sistema de gerenciamento automatizado, o que reduziria o tempo de acionamento dos geradores e quadros elétricos. Deve estar pronto em um ano.

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