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Sem Libra, investimentos em petróleo até 2016 somam R$ 458,3 bi

Estudo do BNDES ainda não considera o resultado do leilão do pré-sal desta segunda-feira

Por Vinicius Neder e da Agência Estado
Atualização:

RIO - Mesmo sem contar os novos projetos trazidos pelo leilão de Libra, a primeira área do pré-sal a ser licitada - em certame marcado para esta segunda-feira, 21-, os investimentos no setor de petróleo e gás crescerão em R$ 54,4 bilhões na passagem do ciclo de 2013-2016 para o de 2014-2017, somando R$ 458,3 bilhões, segundo mapeamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

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Segundo o estudo da Área de Pesquisa e Acompanhamento (APE) do BNDES, os aportes totais na economia chegarão a R$ 3,982 trilhões no período, alta de 26,3% ante o ciclo 2009-2012 (aí considerados os investimentos realizados).

As projeções do BNDES para o setor de petróleo e gás não incluem projetos a serem adicionados após o leilão de Libra, nem os da 11ª Rodada de licitações da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que ofertou novos blocos de exploração, em maio passado."O resultado (do leilão de hoje) pode indicar um investimento maior. Portanto, há um viés de alta nos investimentos", diz o superintendente da APE, Fernando Puga, destacando o peso do setor de petróleo, independentemente do pré-sal.Segundo os técnicos do BNDES, faltam informações sobre os investimentos relacionados à exploração do campo de Libra. O plano de negócios da Petrobrás e demais petroleiras é a principal fonte de informações para mapear os projetos de investimento no setor.Ainda assim, valores e andamentos dos projetos são analisados com olhar "conservador". Segundo Puga, a Petrobrás tem apresentado seu plano de negócios com dois cenários."Dentro dessa pesquisa tem um julgamento do que vai ser investido. No caso da Petrobrás, estamos pegando o número mais conservador", diz Puga, destacando que a opção não se deve a "ceticismo".Os investimentos na indústria, incluindo petróleo e gás, somarão R$ 1,1 trilhão, nas projeções do banco, volume 24,3% superior aos investimentos do período  2009-2012. Em relação à projeção de investimentos anterior (2013-2016), feita pelo BNDES em fevereiro, foram adicionados R$ 66,77 bilhões.Apesar do avanço em petróleo e gás, o comportamento de cada setor da indústria é distinto. Dos nove setores mapeados, tanto no ciclo 2013-2016 quanto no 2014-2017, houve elevação nos investimentos projetados em apenas três.Seis deles deverão investir menos: as indústrias do setor extrativo-mineral, de papel e celulose, química, siderúrgica, eletroeletrônica e aeronáutica. Em relação ao ciclo de investimentos realmente realizados entre 2009 e 2012, apenas extrativo-mineral e siderurgia apresentam queda nos investimentos.Segundo Puga, o investimento industrial responde a uma mudança de composição, marcada pela crise internacional, na qual os setores voltados para o mercado interno ganham mais dinamismo, em detrimento daqueles voltados para commodities e exportações.Nesse quadro, as indústrias extrativa-mineral e de papel e celulose moderam seus investimentos após encerrarem fortes ciclos de investimento até 2012. Já a siderurgia segue em crise por causa do excesso de capacidade produtiva mundo afora.Na outra ponta, ganham as indústrias automotiva e eletroeletrônica. "Esses setores são mais puxados pelo consumo das famílias, o que fez com que a gente projetasse o setor de serviços também com um bom crescimento", diz Puga.(Vinicius Neder)

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