PUBLICIDADE

Sem medo do risco, investidor mais velho ‘invade’ a Bovespa

Investidores com mais de 56 anos já são 24% do total de pessoas físicas que aplicam em ações e respondem por 60% dos recursos negociados

Por Roberta Scrivano
Atualização:

A melhor idade invadiu a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Investidores com mais de 56 anos já representam um quarto (133,4 mil) do total de pessoas físicas na bolsa. Juntos, responderam por 60% de todo o montante negociado em ações pelas pessoas físicas no mês de julho - o equivalente a R$ 56,3 bilhões.

PUBLICIDADE

"Os mais velhos têm mais poder aquisitivo e, consequentemente, têm possibilidade de diversificar a carteira para garantir uma posição mais segura, o que normalmente traz melhores resultados aos investimentos", diz Willian Eid Júnior, professor de finanças da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP).

A recomendação dos especialistas em finanças pessoais aos mais velhos segue a linha do que já faz o bancário aposentado Marco Rodotá (leia aqui).

O administrador de investimentos Fábio Colombo, explica que, quanto mais velha a pessoa, menor deve ser o risco que assume nos investimentos. Isso quer dizer que o cidadão com mais de 55 anos que aplica na bolsa deve ter uma reserva de dinheiro em algo mais seguro e líquido, como, por exemplo, a caderneta de poupança. "Normalmente, o aposentado que vai à bolsa tem também recursos aplicados em renda fixa", observa Colombo.

Tratando-se exclusivamente da carteira de ações, Rita Mundim, analista da Prosper Corretora, recomenda investimentos nos setores da chamada ‘velha economia’. "Telefonia, energia, mineração e o setor financeiro são boas apostas para quem tem mais idade", indica.

Ela explica que o rumo desse tipo de setor é "relativamente mais fácil de prever", o que diminui o risco e melhora as perspectivas dos ganhos com as ações. "É disso que os mais velhos precisam", completa Eid, da FGV.

Melhor preço

Publicidade

Pesquisar a corretora que fará a intermediação dos investimentos na bolsa é outro ponto importante aos aposentados. A TOV, por exemplo, é uma das que têm estratégia mais agressiva nesse ramo. Aposentados pagam R$ 2,50 de taxa de corretagem. Para outros clientes, a TOV cobra a partir de R$ 5.

A corretora Souza Barros, uma das mais antigas do mercado, oferece a essa fatia de clientes um sistema de cobrança decrescente da taxa de corretagem, que, conforme o número de ordens, pode cair de R$ 20 para R$ 12. A WinTrade está no mesmo caminho e vende aos clientes um pacote em que a taxa cai de R$ 20 para até R$ 2.

"Para as corretoras, é bom negócio oferecer benefício aos clientes mais velhos porque esses, em sua maioria, farão investimentos de longo prazo na mesma corretora", explica Eid.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.