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Sem reajuste de tarifa, há risco para usina de Angra

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Eletrobrás, Luiz Pinguelli Rosa, disse há pouco que a falta de reajuste nas tarifas da energia vendida pela Eletronuclear põe em risco a segurança do complexo nuclear de Angra dos Reis. Segundo ele, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) não autorizou o reajuste da companhia, cujo prazo venceu este mês, e a Eletronuclear não tem orçamento para a troca dos geradores de vapor de Angra 1, orçada em US$ 100 milhões. "Dois geradores têm que ser trocados, a licitação está sendo iniciada, mas não há orçamento", afirmou Piguelli. "Se houver acidente radioativo em Angra dos Reis a responsabilidade é da Aneel", alertou. De acordo com Pinguelli, a atual tarifa da Eletronuclear, em torno dos R$ 65 por megawatt-hora, dá um prejuízo diário de cerca de R$ 1 milhão à empresa. A Aneel não teria concedido o reajuste alegando que a tarifa das usinas nucleares não é de sua alçada. Pinguelli acredita que, calculada pelo Índice Geral dos Preços de Mercado (IGP-M), a nova tarifa deveria ir a R$ 85 por megawatt-hora. As usinas nucleares são obrigadas a gerar energia, mesmo com prejuízo, para garantir o equilíbrio do sistema de transmissão. Criação de empresa Pinguelli Rosa disse também que a estatal estuda a criação de uma empresa para gerir as distribuidoras de energia federalizadas sob sua gestão. Segundo ele, o objetivo é separar os ativos de geração dos de distribuição. A Eletrobrás é responsável por cinco distribuidoras de energia, que abastecem Manaus, Acre, Rondônia, Piauí e Alagoas. As empresas, que tinham controle estadual, foram transferidas à Eletrobrás para que fossem privatizadas, mas não houve compradores e, em alguns casos, sequer foram a leilão. São companhias endividadas, com pequenos mercados consumidores. A proposta de criação da nova empresa foi discutida na última reunião do conselho de presidentes das empresas do grupo Eletrobrás, sexta-feira, em Foz do Iiguaçu. Pinguelli disse, porém, que a proposta ainda tem que ser apresentada ao governo federal. O executivo participou do seminário Petróleo, Energia e Proteção Ambiental, promovido pela Dannemann Siemsen Meio Ambiente Consultores no Rio.

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