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Sem reforma da Previdência, perderemos a confiança do mercado, diz secretária do Tesouro

Para Ana Paula Vescovi, secretária do Tesouro Nacional, a condução dos ajustes fiscais na economia brasileira será prejudicada caso as mudanças no INSS não sejam aprovadas pelo Congresso

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Por Eduardo Rodrigues
Atualização:

BRASÍLIA - A secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, argumentou nesta segunda-feira, 6, que o governo e a condução dos ajustes fiscais na economia brasileira perderão a confiança do mercado caso a reforma da Previdência não seja aprovada pelo Congresso Nacional no fim deste ano ou no começo do próximo. E, na avaliação dela, isso prejudicaria a retomada da economia.

+ Efeito manada pode garantir votos para aprovar a reforma da Previdência "A recuperação da economia é muito baseada na confiança dos agentes, na credibilidade de que a política fiscal pode ser sustentada ao longo do tempo. O benefício da reforma da Previdência é de longo prazo, pois evita um crescimento maior dessas despesas", afirmou, em entrevista à rádio CBN.

Ana Paula Vercovi, secretária do Tesouro Nacional Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

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Ela lembrou que a economia já voltou a crescer, inclusive com a geração de empregos. Ana Paula ressaltou, porém, que a reforma da Previdência é fundamental para garantir a expansão sustentável da economia também nos próximos anos.

+ Governo diz que rejeição à reforma da Previdência caiu "Se não conseguirmos empreender a reforma ainda este ano, ou no máximo no começo do próximo ano, nós perderemos essa confiança do mercado. Então é muito importante que consigamos sinalizar para o mercado que vamos ter essa disciplina de longo prazo e ter sustentação nas contas públicas", completou.

+ Para S&P, janela de oportunidade está se fechando para o Brasil Questionada se o governo conseguirá afinal os votos necessários no Congresso para aprovar a reforma, a secretária do Tesouro lembrou que os parlamentares já aprovaram medidas de ajuste fiscal e melhoria da competitividade propostas por esse governo, citando o teto de gastos e a reforma trabalhista. "Estamos confiantes. O Congresso tem sido um parceiro na retomada da confiança", avaliou. Segundo ela, quando o atual governo assumiu, em meados de 2016, havia uma expectativa de que a dívida pública tivesse um crescimento explosivo que a levasse para patamares de até 120% do PIB. "Já temos hoje cenários que convergem para a dívida crescendo ainda um pouco, mas se estabilizando em cerca de 80% do PIB. Esse cenário de confiança reduziu prêmios de risco e possibilitou queda da inflação dos juros. Temos uma demonstração clara de que estamos na direção correta", afirmou.

+ Tucanos hesitam sobre apoio à reforma da Previdência Ana Paula voltou a dizer que o Brasil precisa de um ajuste de R$ 300 bilhões ao longo do tempo para estancar o crescimento da dívida pública e alegou que o governo tem feito um esforço para reduzir o déficit primário a cada ano. A secretária do Tesouro reforçou ainda a necessidade de aprovação ainda este ano de medidas voltadas para o Orçamento de 2018, que trazem o corte de R$ 7,5 bilhões em despesas e um incremento de R$ 14 bilhões nas receitas. Ela repetiu que as despesas obrigatórias - das quais a Previdência é mais emblemática - têm um crescimento persistente e lembrou que as medidas propostas para reduzir o gasto obrigatório abrem espaço para o governo aumentar os investimentos e ampliar os programas sociais. "Esse ano de 2017 foi um ano difícil para pagar despesas básicas do governo", admitiu.