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Semana com feriado tem ata do Copom como destaque

Por FLAVIO LEONEL E FRANCISCO CARLOS DE ASSIS
Atualização:

A semana conta com uma agenda doméstica dominada por indicadores de inflação, mas tem na divulgação da ata da reunião de abril do Comitê de Política Monetária (Copom) o grande destaque que será acompanhado pelo mercado financeiro. Mais curta por causa do feriado de Tiradentes, na segunda-feira (21), a semana terá os anúncios de índices mais concentrados entre a quinta-feira (24) e a sexta-feira (25), quando será também conhecido o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), parcial do sinalizador de inflação mais importante do País. A divulgação da ata da reunião do Copom será feita na quinta-feira, pelo Banco Central. A expectativa dos economistas do mercado financeiro, como sempre, é saber se a autoridade monetária dará mais pistas sobre o futuro da taxa básica de juros brasileira, elevada na quarta-feira (16) pela primeira vez desde maio de 2005. A decisão do comitê de aumentar a Selic em 0,50 ponto porcentual surpreendeu a maior parte do mercado, que aguardava alta de 0,25 ponto em abril e uma dose maior apenas nos meses seguintes. Somado ao ajuste acima do esperado, o comunicado da decisão também mereceu destaque, já que veio com uma explicação mais detalhada que a de costume: "Avaliando a conjuntura macroeconômica e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 11,75% a.a., sem viés. O Comitê entende que a decisão de realizar, de imediato, parte relevante do movimento da taxa básica de juros irá contribuir para a diminuição tempestiva do risco que se configura para o cenário inflacionário e, como conseqüência, para reduzir a magnitude do ajuste total a ser implementado." Para alguns especialistas do mercado, este comunicado foi classificado como uma "miniata". E, para a maioria dos economistas, a segunda frase do anúncio sinalizou que o ciclo de altas da Selic poderá ser menor que o cogitado pelo mercado antes da reunião e com a repetição de mais aumentos de 0,50 ponto porcentual. A ata de quinta-feira, portanto, poderá dar mais ingredientes para os analistas traçarem os cenários futuros para a taxa básica de juros. Inflação Alvo principal da política monetária, a inflação terá vários sinalizadores na próxima semana, com destaque maior para o IPCA-15 de abril. O indicador do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) será anunciado na sexta-feira. A previsão dos economistas é de uma alta maior que a de março, quando a taxa foi de 0,23%. Segundo eles, o motivo é a pressão mais intensa do grupo Alimentos e Bebidas, observada nos demais índices de inflação. No mesmo dia, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) divulgará o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da capital paulista na terceira quadrissemana de abril. Na segunda medição do mês, a inflação no município subiu 0,43%, ante 0,38% da primeira quadrissemana, com destaque para a variação mais expressiva dos preços médios dos Alimentos (de 0,47% para 0,56%) e Saúde (de 0,30% para 0,39%). Na mesma semana, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) anunciará dois indicadores de inflação distintos. Na terça-feira, dia 22, será conhecida a segunda prévia do Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M) de abril. No primeiro decêndio do mesmo mês e na segunda prévia de março, foram apuradas variações de 0,33% e de 0,78%, respectivamente. Para a divulgação de terça, o mercado aguarda a manutenção do confronto entre os preços agrícolas do atacado, em baixa, e os industriais, em alta, observado no IGP-10 de abril, que variou 0,45% ante 0,61% em março. Na quarta-feira, dia 23, a instituição volta à cena para trazer o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da terceira quadrissemana de abril. Na segunda apuração do mesmo mês, o indicador nacional, que é coletado em sete capitais do País (São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Recife), subiu 0,76%, ante variação de 0,64% do levantamento anterior, e teve como fatores principais as altas dos grupos Alimentação e Vestuário. Focus e Emprego A semana reserva ainda as divulgações da pesquisa Focus do Banco Central, com as expectativas do mercado financeiro para os principais sinalizadores macroeconômicos, e do resultado da terceira semana de abril da balança comercial. Por conta do feriado, os anúncios, que, tradicionalmente, acontecem na segunda-feira, serão feitos no dia seguinte. A agenda conta também com a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) de março, que o IBGE divulgará na quinta-feira. No mês anterior, a taxa de desemprego do País atingiu 8,70% da População Economicamente Ativa (PEA). A taxa foi superior à de janeiro, de 8,00%, mas ficou bem abaixo da observada em fevereiro de 2007, quando atingiu 9,90% da PEA. Vale lembrar que a Secretaria da Receita Federal (SRF) deverá anunciar nos próximos dias a arrecadação do País em março. A instituição ainda não confirmou a data da divulgação, mas, habitualmente, traz estes números a partir do dia 20 de cada mês. Em fevereiro, a arrecadação federal atingiu R$ 48,144 bilhões.

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