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Semana termina com apreensão do mercado financeiro

Foto do author Francisco Carlos de Assis
Por Francisco Carlos de Assis (Broadcast)
Atualização:

A semana encerrada ontem, do ponto de vista da economia, foi marcada por muita apreensão da parte dos mercados, ainda espantados com a conjuntura econômica global. Essa é a avaliação que se lê no paper que o corpo de economistas da LCA Consultores enviou ontem à noite a seus clientes. "Nos EUA, o resultado salgado da inflação ao consumidor em julho contribuiu para manter elevada a dispersão de expectativas quanto à trajetória da política monetária do Federal Reserve (FED), o banco central norte-americano", destacam os economistas da LCA. Eles se referem à variação de 0,80% do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) após uma alta de 1,10% em junho. Ontem, durante entrevista à Agência Estado, o analista para Estados Unidos da consultoria IDEAglobal, Josh Stiles, disse que o Fed está muito dividido sobre o que fazer diante dos riscos de inflação para a economia. Isso, de acordo com o analista, pode ter sido o que levou o BC dos Estados Unidos a optar por não fazer nenhum movimento no que diz respeito à política monetária. Nas últimas duas reuniões, o Comitê de Política Monetária dos Estados Unidos (Fomc) manteve a taxa básica de juros (Fed Funds) em 2,00% ao ano. As estatísticas de atividade econômica - como a produção industrial e as vendas no varejo, ambas também referentes a julho - trouxeram, segundo os economistas da LCA Consultores, algum alívio aos mercados. Sinalizaram que a maior economia do mundo iniciou este terceiro trimestre ainda no azul. "Na contramão, os indicadores de atividade na Europa continuaram negativos: o resultado preliminar do PIB, por exemplo, apontou uma retração na passagem do 1º para o 2º trimestre - no que veio a ser o primeiro resultado trimestral negativo desde que o PIB da Zona do Euro começou a ser divulgado, em 1995", afirmam os analistas da LCA Consultores. Crescimento dos EUA Para a consultoria, a sustentação do crescimento norte-americano, vis-à-vis a fragilidade da economia européia, vem provocando um fortalecimento do dólar nos mercados internacionais de câmbio. A cotação do euro, que chegou a alcançar US$ 1,60 no início de julho, encerrou a semana em US$ 1,468. Os principais mercados acionários mundiais atravessaram a semana oscilando em intervalo relativamente estreito, sem tendência definida, com a maior parte das bolsas de valores encerrando a semana em ligeira baixa. As taxas de juros nos mercados internacionais também oscilaram sem tendência, igualmente com ligeira baixa - ante a percepção de que a economia mundial encontra-se em desaceleração mais evidente. "Essa percepção também contribuiu para manter o petróleo - e a maioria das demais commodities - operando sob descompressão: a cotação do tipo WTI encerrou a semana abaixo de US$ 114 o barril. No Brasil, a Bovespa continuou a ter o seu desempenho prejudicado pela correção nas ações de grandes empresas produtoras e/ou exportadoras de commodities, como a Vale e a Petrobrás. Já a cotação cambial doméstica seguiu em alta, acompanhando a tendência de valorização mundial do dólar. A moeda norte-americana atravessou a semana operando acima de R$ 1,60, tendo encerrado na sexta-feira em R$ 1,638", resumem os economistas da LCA. De acordo com os profissionais, a despeito da trajetória de descompressão das commodities, as taxas de juros praticadas nos mercados futuros oscilaram em ligeira alta, em boa medida, reagindo ao comportamento do câmbio. O juro do DI com vencimento em janeiro de 2009 encerrou a semana em 13,78% ao ano, vindo de 13,72% ao ano no encerramento da semana anterior. O juro do contrato com vencimento em janeiro de 2010 subiu de 14,60% para 14,66% ao ano.

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