PUBLICIDADE

Senado americano aprova pacote de US$ 700 bilhões

A expectativa agora fica pela votação do pacote na Câmara, que deve acontecer na próxima sexta-feira, 3

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

O Senado dos EUA aprovou nesta quarta-feira, 1º, a nova versão do pacote de socorro às instituições financeiras. Foram 74 votos a favor e 25 contra. O governo estava otimista com a aprovação do plano, já que, depois de muitas negociações, foram incluídas medidas para atrair o apoio dos eleitores norte-americanos. A expectativa agora fica pela votação do pacote na Câmara, que deve acontecer na próxima sexta-feira, 3. Na primeira votação, realizada na segunda-feira, 29, a Câmara rejeitou o pacote de socorro do governo Bush para o sistema financeiro, no valor de US$ 700 bilhões. Veja também: A cronologia da crise financeira Entenda como a crise econômica afeta o Brasil  Crise muda cenário de empréstimos em bancos do País Especialistas dão dicas de como agir no meio da crise Veja os principais pontos do pacote dos EUA  Entenda a crise nos EUA  Entenda o que aconteceria com o fracasso do pacote  Os candidatos à presidência dos Estados Unidos estavam no Senado e votaram pela aprovação do plano. Mais cedo, o republicano John McCain havia dito que o projeto de resgate de Wall Street modificado era "um passo decisivo na direção correta", e advertiu que, se o Senado não aprovasse o texto, os problemas financeiros do país seriam muito maiores. Já o candidato democrata, Barack Obama, havia dito que seria crucial a aprovação do pacote de US$ 700 bilhões para evitar uma catástrofe econômica. "Aos democratas e aos republicanos que se opuseram a este plano, eu digo isto: vocês têm que fazer o que precisa ser feito. Façam o que é o certo para o país, porque a hora para agir é agora", disse. "Está claro que é isso o que devemos fazer no momento para prevenir que uma crise se torne uma catástrofe." Antes da votação, o líder da maioria (democrata) no Senado, Harry Reid, também havia exortado os deputados do Partido republicano que votaram contra o pacote na segunda-feira a mudarem seus votos. "Com o mercado de ações registrando sua maior queda em pontos de todos os tempos depois dessa votação, nunca foi tão evidente quão importante é colocar a política de lado para estabilizar a economia para todos os americanos. Espero que os republicanos da Câmara reconsiderem seu voto e decidam colocar o país em primeiro lugar", disse Reid. Já o deputado Trent Franks (Partido Republicano/Arizona) afirmou que as mudanças feitas no pacote nos últimos dois dias não eram suficientes para fazê-lo mudar de posição (ele é um dos 228 que votaram contra o pacote na segunda-feira), mas provavelmente farão outros deputados republicanos mudarem seus votos. Mudanças no plano A primeira mudança no novo plano em relação ao primeiro é o aumento do valor dos depósitos garantidos - de US$ 100 mil para US$ 250 mil. O objetivo é aumentar a confiança - ou diminuir a desconfiança - na solidez dos bancos americanos, que ficariam menos expostos ao risco de uma "corrida" de correntistas. Para que este limite de garantia seja ampliado, o projeto de socorro aos mercados financeiros do Senado dos EUA vai permitir temporariamente que a agência federal que garante os depósitos bancários norte-americanos, a FDIC (Federal Deposit Insurance Corp), tome empréstimos sem limites de valor do Departamento do Tesouro, informou o The Wall Street Journal. Isto é importante porque vai aumentar amplamente o poder da FDIC para garantir que os depositantes possam ter seu dinheiro de volta se seus bancos falirem. Outra medida é a ampliação do prazo para a "marcação a mercado". Isso significa que os gestores de investimentos teriam mais tempo para ajustar o valor dos ativos que compõem a carteira de aplicações. Desta forma, a forte oscilação que tem tomado conta dos mercados seria amenizada no resultado diário das aplicações, o que também tem o objetivo de diminuir a desconfiança dos americanos em relação aos seus investimentos, evitando a corrida aos bancos. O plano que foi a votação no Senado trouxe ainda uma proposta de benefício aos desempregados. Os líderes dos dois partidos americanos ainda prometeram acrescentar ao pacote um projeto de corte de impostos. Como o otimismo em relação ao pacote é bem maior no Senado, acredita-se que a decisão de votar antes na alta câmara do Congresso foi uma forma de colocar pressão sobre os deputados da Câmara dos Representantes, para que eles mudem seus votos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.