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Senado aprova reabertura da repatriação de recursos

Parentes de políticos ficam de fora do programa de regularização de ativos; texto segue para sanção presidencial

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Por Isabela Bonfim e Julia Lindner
Atualização:
Texto irá para sanção presidencial Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

BRASÍLIA - Com acordo entre base e oposição, senadores aprovaram de forma simbólica, na tarde desta terça-feira, 14, a segunda fase do projeto de repatriação de recursos não declarados de brasileiros no exterior. 

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A aprovação do projeto reforçará o cálculo de receitas, no relatório do orçamento que o governo enviará na semana que vem ao Congresso, prevendo os gastos e a arrecadação para este ano. A meta fiscal que o governo busca cumprir prevê déficit de R$ 139 milhões para este ano.

O texto foi aprovado como veio da Câmara. A proposta é uma as apostas da equipe econômica do governo Michel Temer para ampliar a arrecadação e aliviar o caixa da União, dos Estados e de municípios. A expectativa inicial de receita para a segunda fase do programa era de R$ 30 bilhões. Entretanto, com a proibição de que parentes de políticos e de agentes públicos participem do programa, a arrecadação deve cair pela metade.

Apesar de ser considerada representativa para a arrecadação, a permissão para parentes de políticos aderirem ao programa (retirada na Câmara) não foi incluída novamente no texto. Os senadores acreditam que há muito desgaste público com a questão e que é possível reverter a proibição por meio de recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF). 

Brasileiros que quiserem aderir ao programa terão de pagar 15% de imposto e 20% de multa sobre o montante, num total de 35%. A alíquota é 5% maior que a da primeira fase de repatriação, que foi de 30%.

Poderão ser regularizados recursos que não haviam sido declarados até junho de 2016. Na primeira fase do programa, a data de corte era de 31 de dezembro de 2014.Por isso, quem participou da primeira etapa poderá aderir novamente ao programa para declarar bens na contabilizados, desde que pague as novas alíquotas.

O projeto não determina datas fixas para a reabertura do programa. O texto define que o prazo de regularização será de quatro meses, contados 30 dias após a publicação da nova lei no Diário Oficial da união. 

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Baixa arrecadação. Os senadores não chegaram a incluir no texto a permissão para que não residentes no Brasil pudessem repatriar recursos. O dispositivo havia sido retirado na Câmara e representava para o governo uma expectativa de ampliação da arrecadação depois da frustração de receita causada pela proibição de que parentes de políticos e agentes públicos participassem do programa.

Entretanto, o líder do governo e relator do projeto, Romero Jucá (PMDB-RR), não conseguiu o apoio necessário para aprovar a emenda. Ele justificou, durante a votação, que iria retirar a sugestão para não criar conflito com a oposição e garantir a aprovação do projeto.

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