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Senado dos EUA aprova pacote econômico

Plano de auxílio a empresas em risco deve ser votado na sexta-feira na Câmara.

Por Da BBC Brasil
Atualização:

O Senado dos Estados Unidos aprovou no início noite desta quarta-feira uma versão modificada do plano de US$ 700 bilhões do governo americano para salvar companhias em risco. A aprovação se deu por 74 votos a favor e 25 votos contra a nova legislação proposta pelo governo. A vitória do plano no Senado já era aguardada. Desde a semana passada, tanto senadores democratas quanto os republicanos já afirmavam ter chegado a um acordo para votação. A decisão de que a casa votaria o plano antes da Câmara dos Representantes foi divulgada na noite da última terça-feira, depois de o plano ter sido rejeitado pelos deputados por 228 votos contra 205, na segunda-feira. A rejeição do plano pela Câmara teve grande repercussão nos mercados e fez as bolsas de valores de todo o mundo sofrerem quedas significativas. O índice Dow Jones, da bolsa de Nova York, registrou na segunda-feira sua maior queda em pontos (mais de 770) em todos os tempos. Com a aprovação do plano, a expectativa é que os deputados da Câmara dos Representantes se sintam agora pressionados para aprovarem o pacote do governo. A Câmara deve votar esta mesma versão do pacote na próxima sexta-feira. Em um discurso horas antes da votação, o presidente George W. Bush, afirmou que o pacote precisava ser aprovado para acalmar os mercados. "É muito importante que esta legislação seja aprovada para estabilizar a situação, para que ela não fique pior e nossos cidadãos corram o risco de perder dinheiro e emprego", disse o presidente. Candidatos Os dois candidatos à sucessão de Bush, os senadores Barack Obama (democrata) e John McCain (republicano) interromperam suas campanhas para participarem da votação. Antes da aprovação no Senado, os dois defenderam o plano do governo e apelaram para que seus colegas fizessem o pacote passar. "Se não agirmos será mais difícil para você conseguir um financiamento para sua casa ou empréstimo para um carro ou para mandar seus filhos para a universidade. Companhias não vão conseguir empréstimos (...). Pequenas empresas podem não conseguir pagar os funcionários, milhares de negócios podem fechar. Milhões de empregos poderão ser perdidos. E uma longa e dolorosa recessão pode ocorrer", disse o candidato democrata Barack Obama horas antes. McCain, por sua vez, disse que apesar de o plano ser necessário, se ele for eleito, vai congelar quase todos os gastos do governo por um ano para ajudar a diminuir a carga financeira do pacote de ajuda. "Precisamos perceber que este plano tem implicações sérias para gastos futuros. Não podemos dedicar potencialmente mais de US$ 1 trilhão para ajudar instituições que estão falindo e então agir como se nada tivesse acontecido em Washington, como se os recursos do governo ou a paciência dos contribuintes não tivesse fim", disse. Modificações Para facilitar a aprovação nas duas casas legislativas e tentar neutralizar as críticas da opinião pública ao pacote, foram introduzidas mudanças no plano inicial que foi rejeitado pela Câmara na segunda- feira. A principal alteração diz respeito ao aumento do limite de depósitos bancários garantidos pelo governo - que passa de US$ 100 mil para US$ 250 mil. Também foram incluídos descontos nos impostos para promover o uso de fontes de energia renováveis por empresas, no total de quase US$ 80 bilhões, e a prorrogação e ampliação de outras reduções nos impostos para pessoas físicas e empresas. De acordo com o jornal americano The New York Times, foram adicionadas mudanças como a extensão de "créditos tributários para empresas que investirem em pesquisas e desenvolvimento" e "descontos nos impostos para vítimas de recentes enchentes, tornados e tempestades". BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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